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O que se sabe sobre a invasão da Rússia à Ucrânia

Vladimir Putin disse que a intervenção de potências estrangeiras pode resultar em "consequências jamais vistas na história"
Por History Channel Brasil em 24 de Fevereiro de 2022 às 12:15 HS
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Na madrugada desta quinta-feira (24/02), tropas da Rússia invadiram a Ucrânia. A ação começou após o presidente russo Vladimir Putin anunciar uma "operação militar" na região ucraniana de Donbass, no leste do país. Parte desse território é ocupado por rebeldes pró-Rússia desde 2014.

Explosões em Kiev

A Rússia alega que o ataque foi um ato de legítima defesa. Putin afirmou que não tem a intenção de ocupar a Ucrânia, mas de "desmilitarizar e desnazificar" o país. O presidente russo disse ainda que qualquer intervenção de potências estrangeiras para resistir ao ataque russo seria recebida com uma resposta instantânea e "consequências jamais vistas na história".

Dias antes do ataque, Putin havia reconhecido a independência de duas regiões separatistas na Ucrânia: Donetsk e Luhansk. "Gostaria de enfatizar novamente que a Ucrânia não é apenas um país vizinho para nós. É uma parte inalienável de nossa própria história, cultura e espaço espiritual", disse o presidente russo.

Logo após as ordens de Putin, explosões começaram a ser ouvidas na capital Kiev, bem como em Kramatorsk, no leste da Ucrânia e na cidade portuária de Odessa, no sul. O Ministério da Defesa da Rússia negou ter atacado cidades ucranianas. Segundos os russos, seus soldados usaram "armas de alta precisão" para atingir a infraestrutura militar e forças de defesa ucranianas.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que a Rússia atacou a Ucrânia de "maneira ardilosa", agindo da mesma forma que Hitler fez na Segunda Guerra Mundial. Segundo ele, "a Rússia está no caminho do mal". "Nós somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos vencer todos porque somos a Ucrânia”, disse ele.

Reação do ocidente

A ação de Putin foi condenada por diversos países ocidentais, que anunciaram uma série de sanções aos russos. Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, disse que o ataque foi injustificado e sem provocação. "O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva", afirmou.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson também fez um duro pronunciamento sobre o ataque e chamou Putin de "ditador". "Devemos esperar o pior e presumir que Putin está planejando ocupar a Ucrânia. Isso significa que o mundo em que vivemos mudou fundamentalmente, há uma perspectiva muito real de que isso se espalhe pelo território da Otan, e que todos nós podemos entrar em guerra com a Rússia em pouco tempo", disse.

Nas últimas semanas, os aliados dos EUA e da Europa deslocaram tropas, navios da Marinha e aviões de guerra para o leste do continente, perto de onde os militares russos estão agindo. A Ucrânia não é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas faz fronteira com quatro países que pertencem à organização: Polônia, Eslováquia, Hungria e Romênia. Biden e outros aliados prometeram proteger seus membros da Europa Oriental e Central sob os compromissos de defesa mútua do tratado da Otan. Como o conflito envolve potências nucleares, o mundo vive uma das situações mais tensas desde o fim da Guerra Fria.

Fontes
BBC, CNN e Time
Imagens
iStock