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O Rei Artur existiu de verdade?

Até hoje há dúvidas se as lendas sobre o monarca são puramente fictícias ou se têm alguma base histórica real
Por History Channel Brasil em 30 de Agosto de 2023 às 15:46 HS
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A figura lendária do Rei Artur tem cativado a imaginação das pessoas por séculos, inspirando histórias, filmes, peças de teatro e muito mais. No entanto, a questão que persiste até hoje é se o monarca britânico é uma figura puramente fictícia ou se tem alguma base histórica real. Embora a discussão seja antiga, historiadores nunca conseguiram confirmar sua existência. 

Rei Artur: lenda ou realidade?

O mito do Rei Artur está profundamente enraizado na literatura medieval, em particular com as histórias que compõem o gênero conhecido como "Romance Arturiano". Essas narrativas, escritas ao longo de vários séculos, detalham as aventuras do lendário rei, seus cavaleiros da Távola Redonda e seu mágico conselheiro, Merlin. Esses contos abordam temas de honra, coragem, lealdade e justiça, encapsulando os ideais cavalheirescos da Idade Média.

No entanto, a evidência histórica tangível que comprovaria a existência de um rei chamado Artur é escassa e inconclusiva. O monarca não aparece na única fonte contemporânea sobrevivente sobre a invasão saxônica, relato que o monge celta Gildas escreveu sobre uma batalha em Mons Badonicus por volta de 500 d.C. As primeiras referências escritas a Artur aparecem séculos após o período em que ele supostamente teria vivido, geralmente nos escritos de cronistas galeses e bretões. 

O Rei Artur é citado pela primeira vez nos escritos de um monge galês chamado Nennius, em um texto que relata 12 batalhas que o rei guerreiro supostamente travou. Tendo como fonte a poesia galesa, as batalhas ocorreram em tantas épocas e lugares diferentes que teria sido impossível para um homem ter participado de todas elas. Escritores galeses posteriores inspiraram-se no trabalho de Nennius, e a fama de Artur se espalhou além do País de Gales e do mundo celta, especialmente depois que a conquista normanda de 1066 conectou a Inglaterra ao norte da França.

Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda
Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda

No popular livro do século XII, "História dos Reis da Grã-Bretanha", Geoffrey de Monmouth escreveu a primeira história da vida de Artur, descrevendo sua espada mágica Caliburn (mais tarde conhecida como Excalibur), seu cavaleiro de confiança Lancelot, a Rainha Guinevere e o mago Merlin. Uma mistura irresistível de mito e fato, o livro foi supostamente baseado em um manuscrito celta perdido que apenas Geoffrey foi capaz de examinar. 

Uma série de romances do poeta francês Chrétien de Troyes deu às aventuras de Artur uma motivação espiritual ao apresentar sua busca pelo misterioso Santo Graal. A mais famosa das histórias sobre o rei é "A Morte de Artur", escrita por Sir Thomas Malory no século XV.

Rei Artur e o Mago Merlin
Rei Artur, o Mago Merlin e a Dama do Lago

Alguns estudiosos argumentam que o Rei Artur poderia ser uma composição de diferentes figuras históricas que foram combinadas ao longo do tempo para criar um herói unificado. Outros sugerem que Artur poderia ter sido uma figura tribal ou regional, cujas façanhas foram posteriormente ampliadas pela imaginação popular e pela tradição oral.

Embora Artur possa não ter sido uma pessoa real, seu poder mítico só se fortaleceu com o passar dos séculos. Os governantes ingleses, incluindo Henrique VIII e a Rainha Vitória, apropriaram-se da lenda para fins políticos. Enquanto isso, inúmeros escritores, pintores, cineastas e outros artistas produziram as suas próprias versões do monarca, mantendo a lenda viva até os dias de hoje.

Fontes
History.com e History.co.uk
Imagens
iStock