Oficial da Segunda Guerra garante que japoneses usaram armas bacteriológicas durante o conflito
A ideia de uma guerra bacteriológica é relativamente moderna, e a imagem de exércitos aniquilando a população de maneira invisível, através de bactérias letais, é mais pertinente a filmes futuristas. No entanto, essa é uma prática antiga e foi, inclusive, realizada pelo exército japonês na sua invasão à China, durante a Segunda Guerra Mundial. A declaração é do oficial Giichi Sumioka, que serviu o exército japonês entre 1939 e 1945, e foi publicada no site da Administração Estatal de Arquivos da China, como parte de uma série de 45 confissões dos criminosos de guerra japoneses.
A revelação bombástica foi feita há algumas semanas como réplica à reposta negativa dada pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em relação aos delitos de guerra cometidos na China. Segundo o depoimento de Sumioka, em meados de fevereiro de 1942, seu pelotão escoltou dez cirurgiões militares vindos da clínica do batalhão, com o objetivo de propagar as bactérias do tifo e da cólera em cinco ou seis povoados da província setentrional chinesa de Shanxi.
“Cobríamos os médicos enquanto eles espalhavam as bactérias sobre potes, hashis, facas, rolos de cozinha, tábuas de cortar e mesas das aldeias e as jogavam em reservatórios de água, poços e rios próximos”.
Ele confessou também o esfaqueamento até a morte de prisioneiros chineses, o uso de prisioneiros como alvos de treinamento e o estupro coletivo de mulheres chinesas. Essas confissões estão em um documento escrito em maio de 1955, que se tornou público recentemente. Foi uma tentativa de trazer esses fatos à tona e não permitir que se deturpe e nem se esqueça do chamado “holocausto asiático”: a soma de atrocidades cometidas pelo exército japonês durante seu período de expansão, que terminou com a derrota na Segunda Guerra Mundial.
Fontes:
Imagem: via Wikimedia Commons