Os bastidores da fuga da família real portuguesa para o Brasil
Por Thiago Gomide do Tá na História.
Parceria HISTORY e Tá Na História
A viagem da família real para o Brasil é um capítulo à parte na história.
No fim de novembro de 1807, a família real precisava meter o pé o mais rápido possível. A tropa sangrenta de Napoleão Bonaparte estava chegando.
Chovia forte, fazendo com que o chão no Porto de Belém estivesse tomado por lama.
Por causa da correria, muitas malas, caixas e baús foram deixados pelo caminho.
Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI, reclamou de tudo. Achava o marido um frouxo de fugir e acreditava que o Brasil era o fim do mundo.
Cerca de 10 mil portugueses foram para o Rio de Janeiro. Esse número varia, mas nunca é pequeno.
A sequência de problemas é histórica: Carlota Joaquina e outros passageiros tiveram que raspar os cabelos por causa de um surto de piolho e ratos eram abundantes, inclusive atacando os barris onde estavam biscoitos e mantimentos.
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O vinho era uma bomba. A água era ruim, o que gerava infecções. Os passageiros só tinham acesso à um banheiro.
Tinham bichos soltos pelos navios: galinhas, porcos, vacas, cabras...
Muitas pessoas ficaram doentes.
Até meio do caminho, 13 embarcações inglesas fizeram a escolta. O comandante Smith, responsável pela segurança, depois foi acusado de ser amante de Carlota Joaquina. Isso é outro assunto.
Foram 55 dias de viagem entre Lisboa e Salvador. A recepção foi morna, distante do que esperavam.
Quer saber diversos detalhes dessa viagem? Aperte o play e veja onde tudo aconteceu:
THIAGO GOMIDE é jornalista e pesquisador. Foi apresentador e editor do Canal Futura e da MultiRio, ambos dedicados à educação. Escreveu e dirigiu o documentário "O Acre em uma mesa de negociação". Além de ser o responsável pelo conteúdo do Tá na História, atualmente edita e apresenta o programa A Rede, na Rádio Roquette Pinto ( 94,1 FM - RJ).
A proposta do Tá na História é oferecer conteúdos que promovam conhecimento sobre personagens e fatos históricos, principalmente do Brasil. Tudo isso, claro, com bom humor e muita curiosidade.
Imagem: Museu do Itamaraty, via Wikimedia Commons