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Pão mofado pode estar por trás do caso histórico das Bruxas de Salém

Acusadas teriam sido contaminadas com fungo que provocava sintomas interpretados como feitiçaria
Por History Channel Brasil em 20 de Dezembro de 2022 às 09:25 HS
Pão mofado pode estar por trás do caso histórico das Bruxas de Salém-0

No final do século XVII, a cidade de Salém, nos Estados Unidos, ficou marcada por ter sido palco de julgamentos de mulheres acusadas de bruxaria. Muitas delas apresentavam sintomas como convulsões, febres e alucinações, interpretados como sinais de possessão demoníaca. Mas uma teoria aponta que esses comportamentos poderiam estar relacionados ao consumo de pão mofado.

Fungo alucinógeno 

O Claviceps purpurea, comumente conhecido como esporão-do-centeio, é um fungo parasita que ataca o cereal usado para fazer pão. Esse fungo adora clima frio e úmido e pode passar despercebido no alimento, pois se parece com manchas pretas de grãos. Seu consumo pode causar uma condição chamada de ergotismo convulsivo, doença caracterizada por convulsões violentas e que também pode provocar mania, psicose e alucinações.

Os efeitos do ergotismo no corpo humano se deve aos seus principais agentes quimicamente ativos, como o ácido lisérgico, fundamental na criação do LSD. Segundo um estudo publicado em 1976 pela pesquisadora Linnda R Caporael na revista Science, a série de acusações e julgamentos coincidiu com um clima propício ao crescimento de fungos. No ano seguinte, houve uma seca e os casos de feitiçaria diminuíram repentinamente. 

Vinte pessoas de Salém e cidades vizinhas foram mortas e centenas de outras acusadas de bruxaria durante uma onda de perseguição puritana que começou em 1692. A histeria teve diversas motivações, como superstições, medo de doenças, aversão a forasteiros e inveja entre vizinhos. Nas últimas décadas, dezenas de pessoas condenadas nos julgamentos de Salém foram perdoadas nos Estados Unidos. 

Fontes
IFLScience
Imagens
iStock