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Pesquisa genética surpreende ao revelar migrações desconhecidas na Europa

Método inovador ajuda a esclarecer movimentos populacionais do primeiro milênio depois de Cristo no continente europeu
Por History Channel Brasil em 06 de Janeiro de 2025 às 13:09 HS
Pesquisa genética surpreende ao revelar migrações desconhecidas na Europa -0

Pesquisadores desenvolveram uma nova técnica de análise de DNA antigo que está desvendando segredos sobre as complexas migrações humanas ocorridas na Europa durante o primeiro milênio depois de Cristo. O método combina genética e história para revelar detalhes antes ocultos sobre deslocamentos populacionais em períodos como a Idade do Ferro, o declínio do Império Romano e a Era Viking. Um estudo sobre o tema foi publicado na revista Nature.

Genomas antigos

A técnica, chamada Twigstats, permite identificar diferenças genéticas entre populações historicamente semelhantes, resolvendo lacunas nos registros de migrações. Aplicada a mais de 1.500 genomas antigos, ela demonstrou, por exemplo, que grupos germânicos migraram do norte da Alemanha e Escandinávia para o sul da Europa ainda no início do milênio. "A Twigstats nos permite ver o que antes era impossível", explicou Leo Speidel, autor principal do estudo e pesquisador do Instituto Francis Crick, na Inglaterra.

Vikings em um barco


 Outro achado importante foi a migração de volta ao norte da Europa antes da Era Viking, com influências genéticas da Europa Central se espalhando pela Escandinávia. Evidências arqueológicas sugerem que conflitos podem ter impulsionado esses movimentos, mas os cientistas alertam que mais estudos são necessários. Pesquisas em locais como York, na Grã-Bretanha, também mostraram que ancestrais escandinavos já estavam presentes na região séculos antes das incursões vikings.

Para Pontus Skoglund, coautor e líder do laboratório de Genômica Antiga no Instituto Francis Crick, o avanço marca um passo importante na compreensão da história populacional. "Questões que antes eram impossíveis de responder agora estão ao nosso alcance", afirmou. A equipe espera que o método seja usado em outras regiões do mundo, preenchendo lacunas cruciais da história genética global.

Fontes
Instituto Francis Crick, via EurekAlert
Imagens
istock