Pesquisa magnética revela segredos de capital perdida do Império Neoassírio
Uma nova pesquisa geofísica trouxe à luz detalhes surpreendentes sobre Dur-Sharrukin, antiga capital do Império Neoassírio, construída no século VIII a.C. e abandonada pouco depois da morte de seu idealizador, o imperador Sargão II. Dados obtidos com um magnetômetro de alta precisão revelaram construções e infraestrutura dentro das muralhas da cidade, colocando em xeque a crença de que apenas o palácio imperial havia sido iniciado.
Khorsabad
Dur-Sharrukin, também conhecida como Khorsabad, foi redescoberta por arqueólogos franceses no século XIX. Embora o palácio de Sargão tenha revelado tesouros culturais, as áreas ao redor pareciam inacabadas. Essa visão predominou até a recente iniciativa de uma nova missão arqueólogica, que fez o primeiro levantamento geofísico do local após a ocupação pelo Estado Islâmico entre 2014 e 2017.
A pesquisa, liderada por Jörg Fassbinder, da Universidade Ludwig-Maximilians, na Alemanha, utilizou um magnetômetro portátil para mapear cerca de 7% da área da cidade, cobrindo 259 mil metros quadrados em apenas uma semana. "É como ter um raio-X das estruturas subterrâneas", explicou Fassbinder. A análise revelou materiais de construção e estruturas, incluindo portões de água, possíveis jardins palacianos e um enorme edifício com 127 cômodos.
Fassbinder destacou que o uso do magnetômetro poupou tempo e recursos. "Tudo isso foi descoberto sem escavação. A pesquisa economizou dinheiro e permitiu uma visão detalhada antes de qualquer trabalho arqueológico", afirmou. Além de ser menos invasiva, a abordagem revelou a complexidade da cidade, indicando que Khorsabad pode ter sido habitada e funcional por um período maior do que se imaginava.