Inicio

Pesquisadores desvendam o mistério de uma múmia "lacrada" há 3 mil anos 

Cientistas nunca haviam conseguido entender como o corpo foi colocado em um sarcófago sem aberturas visíveis
Por History Channel Brasil em 11 de Novembro de 2024 às 13:05 HS
Pesquisadores desvendam o mistério de uma múmia "lacrada" há 3 mil anos -0

Um estudo recente realizado no Field Museum, em Chicago, nos Estados Unidos, revelou detalhes intrigantes sobre a vida no Antigo Egito. Por meio de novas tomografias computadorizadas feitas em múmias, os cientistas conseguiram novas informações sobre as práticas funerárias daquela civilização. Entre as descobertas, eles desvendaram o mistério envolvendo um corpo mumificado que foi sepultado há três mil anos em um sarcófago "lacrado" (ou seja, sem abertura visível). 

"Dama Chenet-aa"

Ao longo de quatro dias, 26 múmias foram escaneadas com um tomógrafo móvel, estacionado fora do museu. Esse equipamento gerou milhares de imagens de raios-X, que foram combinadas digitalmente para criar representações 3D detalhadas do interior dos corpos. As descobertas não apenas revelaram a condição física dos restos humanos, mas também objetos e técnicas de preservação usados ao longo do tempo.

Sarcófago da Dama Chenet-aa em um tomógrafo

O caso da chamada "Dama Chenet-aa", uma múmia datada da 22ª Dinastia, foi um dos grandes destaques. A análise revelou que ela tinha entre 30 e 40 anos ao morrer.  A perda de vários dentes e o desgaste significativo dos dentes restantes indicam que sua alimentação continha grãos de areia, que eram agressivos para o esmalte. Além disso, ela possuía olhos artificiais colocados em suas órbitas, em uma preparação para o além.

Mas o maior mistério envolvendo a múmia da Dama Chenet-aa era o fato de que ela foi sepultada em um sarcófago sem aberturas visíveis para introduzir o corpo. Agora, as análises revelaram que o caixão foi feito com uma espécie de papel machê. Ele foi amolecido com umidade e moldado ao redor da múmia, com uma abertura fechada e lacrada nas costas. 

"Do ponto de vista arqueológico, é incrivelmente raro ter a chance de investigar ou visualizar a história sob a perspectiva de um único indivíduo", disse Stacy Drake, gerente da Coleção de Restos Humanos do Field Museum. "Essa é uma ótima forma de vermos quem eram essas pessoas – não apenas os objetos que fizeram, mas os próprios indivíduos que viveram naquela época", completou.

Fontes
Field Museum de Chicago
Imagens
Field Museum de Chicago/Divulgação