Portugal autoriza empréstimo do coração de D. Pedro I ao Brasil para o bicentenário da Independência
Após uma série de negociações, Portugal liberou o empréstimo do coração de D. Pedro I ao Brasil para as comemorações do bicentenário da Independência. A autorização foi assinada por Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, onde o órgão está guardado. Mas algumas exigências terão que ser cumpridas para garantir a segurança da relíquia.
Coração conservado em formol
Os portugueses estavam receosos de que a viagem pudesse danificar o coração, que está conservado em formol. A autorização foi dada após o órgão ter sido submetido a uma avaliação pelo Instituto Médico Legal português. A relíquia foi liberada para vir ao Brasil temporariamente, mas com a exigência de que a viagem seja feita em transporte pressurizado. "Queremos que o vaso seja selado e pedimos um conjunto de garantias, com compromisso entre os países irmãos", disse Moreira.
Quando morreu, em 1834, D. Pedro I pediu em testamento que seu coração fosse enterrado na cidade do Porto, em Portugal (onde governou como D. Pedro IV). Isso porque durante a guerra civil que o imperador travou contra o seu irmão D. Miguel, ele contou com a bravura dos habitantes daquele local. O órgão está armazenado há 185 anos na Igreja da Lapa, no Porto, guardado em um vaso de prata que está trancado dentro de uma espécie de cofre.
O corpo de D. Pedro I havia sido inicialmente sepultado no Panteão da Dinastia de Bragança, em Lisboa, mas foi transferido para o Brasil em 1972 como parte da celebração de 150 anos de Independência. Seus restos mortais repousam na cripta do Monumento à Independência, em São Paulo.