Relógio do Juízo Final mantém seus ponteiros próximos do fim do mundo
O Relógio do Juízo de Final é um dispositivo simbólico mantido desde 1947 pelo Boletim dos Cientistas Atômicos (organização relacionada a questões científicas e de segurança global). Quanto mais perto ele está da meia-noite, mais próximo estamos de um apocalipse causado por fatores humanos, como armas nucleares. Os pesquisadores acabam de divulgar que em 2024 ele permanece a 90 segundos do horário fatídico (o mais próximo que já esteve do “fim”), assim como no ano passado.
Instabilidade mundial
Em 2023, pela primeira vez em três anos, os ponteiros do relógio do Juízo Final foram ajustados para mostrar 90 segundos para a meia-noite. Antes disso, desde 2020, eles marcavam 100 segundos para o "fim do mundo". Especialistas apontam que fatores como o conflito na Ucrânia e os crescentes riscos de proliferação de armas nucleares contribuíram para o prognóstico ter sido mantido este ano.
Today, the Bulletin’s Science and Security Board once again sets the #DoomsdayClock at 90 seconds to midnight.
— Bulletin of the Atomic Scientists (@BulletinAtomic) January 23, 2024
Humanity continues to face an unprecedented level of danger.
Read the full statement: https://t.co/PowB7RkzXw pic.twitter.com/aRyF2ZX3wB
"Não se enganem: ajustar o relógio para 90 segundos para a meia-noite não é uma indicação de que o mundo esteja estável. Muito pelo contrário. É urgente que os governos e comunidades ao redor do mundo ajam. E o Boletim mantém a esperança (e inspiração) ao ver as gerações mais jovens liderando o caminho", destacou Rachel Bronson, diretora executiva do órgão.
As palavras de Rachel foram respaldadas por Jerry Brown, diretor executivo do órgão e ex-governador da Califórnia. "Tal como no Titanic, os líderes estão a conduzir o mundo para a catástrofe – mais bombas nucleares, vastas emissões de carbono, agentes patogénicos perigosos e inteligência artificial. Só as grandes potências como a China, a América e a Rússia podem fazer-nos recuar. Apesar dos antagonismos profundos, eles devem cooperar – ou estaremos condenados”, afirmou.