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Revelada identidade de quem denunciou criminoso nazista capturado na Argentina

Um dos principais organizadores do Holocausto, Adolf Eichmann foi encontrado em Buenos Aires em 1960
Por History Channel Brasil em 26 de Agosto de 2021 às 13:00 HS
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Adolf Eichmann foi um dos mais infames criminosos de guerra nazistas. Notório por seu papel na organização do Holocausto, ele foi capturado na Argentina em 1960 e levado para Israel, onde enfrentou um julgamento e foi condenado à morte. Agora, finalmente foi revelada a identidade do homem que denunciou a presença do oficial da SS em Buenos Aires.

Captura de Adolf Eichmann

De acordo com o jornal Süddeutsche Zeitung, o responsável pela denúncia foi o geólogo alemão Gerhard Klammer, que emigrou para a Argentina em 1950. No país, ele trabalhou durante algum tempo em uma empresa de construção com Eichmann, que havia fugido para a América do Sul após a derrota do Terceiro Reich na Segunda Guerra Mundial. Lá, o nazista adotou o nome falso de Ricardo Klement.

Opositor do nazismo, Klammer denunciou Eichmann para as autoridades após voltar para a Alemanha, no início dos anos 1950. O geólogo também passou informações sobre o paradeiro do nazista para religiosos cristãos, que entraram em contato com o procurador judeu Fritz Bauer, que estava no encalço do criminoso de guerra foragido. 

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Passaporte com identidade falsa usado por Eichmann

Em 1957, após obter mais informações sobre a localização de Eichmann, Bauer entrou em contato com o Mossad, o serviço secreto israelense. Foi quando teve início uma das mais espetaculares operações de captura de um nazista. Os agentes da polícia secreta israelense chegaram a Buenos Aires no dia 1º de maio de 1960 para preparar o terreno para a ação. Na tarde do dia 11, eles colocaram seu plano em prática.

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Julgamento de Adolf Eichmann

Os agentes do Mossad capturaram Eichmann quando ele descia do ônibus para ir ao trabalho, em uma montadora de automóveis. Depois, eles o colocaram dentro de um carro e o levaram a um esconderijo. Após dez dias sendo vigiado pelos agentes, Eichmann foi retirado clandestinamente da Argentina. Os membros do Mossad embebedaram o fugitivo nazista e forjaram um passaporte falso para o alemão, com o objetivo de enganar as autoridades argentinas. No documento, ele era identificado como um membro da tripulação de uma companhia aérea israelense. 

O julgamento de Eichmann se tornou um marco na busca por justiça contra os crimes nazistas. Ele foi considerado culpado por crimes contra a humanidade, crimes de guerra, e crimes contra os poloneses, eslovenos e ciganos. Foi enforcado em junho de 1962. O julgamento recebeu grande atenção da imprensa e fez renascer o interesse pelos acontecimentos da guerra, ajudando a conscientizar o público em geral sobre o Holocausto. A filósofa Hannah Arendt descreveu-o no seu livro Eichmann em Jerusalém como representante da "banalidade do mal".

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Fonte: New York Post

Imagens: Domínio Público, via Wikimedia Commons