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Surpreendente: Esqueleto de monja guerreira medieval é encontrado na Espanha

Restos mortais da mulher, que apresentavam evidências de ferimentos de batalha, foram encontrados em um cemitério de uma ordem de cavaleiros
Por History Channel Brasil em 06 de Junho de 2024 às 13:10 HS
Surpreendente: Esqueleto de monja guerreira medieval é encontrado na Espanha-0

Uma descoberta surpreendente foi feita em um cemitério de cavaleiros medievais em Zorita de los Canes, na Espanha. Entre os restos mortais de 25 indivíduos, os pesquisadores identificaram o esqueleto de uma mulher guerreira, possivelmente membro da Ordem de Calatrava, composta por monges que defendiam o reino de Castela dos invasores norte-africanos entre os séculos XII e XV. Um estudo sobre o tema foi publicado na revista Scientific Reports.

Guerreira treinada

A descoberta foi feita enquanto os cientistas analisavam os esqueletos enterrados no castelo de Zorita de los Canes, que se tornou uma fortaleza importante da Ordem de Calatrava após 1174. A maioria dos indivíduos apresentava ferimentos significativos, indicando episódios violentos, incluindo lesões no crânio, malar (maçã do rosto) e pelve, características típicas de guerreiros.

Com base nas lesões, os pesquisadores especulam que esses cavaleiros podem ter sido mortos nas batalhas de Alarcos em 1195 ou Navas de Tolosa em 1212, eventos cruciais para a consolidação da fortaleza de Zorita de los Canes como principal bastião da ordem. Análises isotópicas dos ossos revelaram uma dieta rica em aves e peixes marinhos, sugerindo que esses indivíduos pertenciam à elite social.

Surpreendentemente, a análise morfológica identificou um esqueleto de uma mulher adulta entre os guerreiros. Ao contrário dos outros, sua dieta era menos rica em proteínas, indicando um status social inferior. No entanto, suas feridas sugerem que ela participou de batalhas, possivelmente usando armaduras ou cota de malha, como seus companheiros.

A hipótese mais plausível é que essa mulher era uma guerreira treinada, ao invés de uma simples serva convocada para defender o castelo. "Acredito que esses restos pertençam a uma guerreira, mas são necessárias mais análises para determinar em que medida essa mulher é contemporânea dos outros cavaleiros", disse Carme Rissech, pesquisadora da Universidade Rovira i Virgili. Segundo ela, a guerreira tinha cerca de quarenta anos, media menos de um metro e meio de altura, não era robusta nem magra, e mostrava habilidade com a espada.

Fontes
IFLScience e Universidade Rovira i Virgili
Imagens
Carme Rissech/Universidade Rovira i Virgili/Divulgação