Tiradentes: Onde o Mártir da Inconfidência foi esquartejado?
A vida do dentista e militar Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, é lotada de reviravoltas.
No vídeo, mostramos o lugar onde ele serviu o Exército no Rio de Janeiro. Caso houvesse alguma invasão francesa, tão comuns no século XVIII, ele precisava estar a postos para defender a colônia portuguesa e o poder Real.
Em 1789, foi preso por causa da liderança na Inconfidência Mineira. A luta era contra os poderes de Portugal. Pagando a conta de todos os inconfidentes, “Tiradentes” foi levado de Minas Gerais para a então capital. Era a volta dele ao Rio. Ficou detido na hoje casa dos deputados estaduais. Sairia dali para a morte.
A poucos quilômetros de distância, em 1792, uma forca esperava por “Tiradentes”. Na praça que hoje homenageia no nome o inconfidente, o público batia palmas para o carrasco. O evento teve um desfecho ainda mais trágico: o corpo foi esquartejado. Era um aviso para quem quisesse se voltar contra o poder vigente. Para ampliar o medo, os pedaços do morto foram espalhados por diversos cantos, em uma viagem do Rio de Janeiro à Ouro Preto.
Odiado pelo Império, “Tiradentes” se tornou símbolo de liberdade na República. Considerado mártir, ganhou interpretações para lá de românticas a partir de 1889. O pintor Pedro Américo, por exemplo, em 1893, faz dos traços fisionômicos do mineiro de Ritápolis uma cópia do que conhecemos de Jesus Cristo.
Aperte o play para conhecer os passos de “Tiradentes” no Rio de Janeiro.
THIAGO GOMIDE é historiador e jornalista. Pós-graduado em História do Brasil e Mestre em História, Bens Culturais e Política pela FGV. Foi apresentador e editor do Canal Futura e diretor da MultiRio, ambos dedicados à educação. Além de ser o responsável pelo conteúdo do Tá na História, atualmente assina a coluna "Coisas do Rio", no jornal O Dia, e é presidente da rádio Roquette-Pinto.
A proposta do Tá na História é oferecer conteúdos que promovam conhecimento sobre personagens e fatos históricos, principalmente do Brasil. Tudo isso, claro, com bom humor e muita curiosidade.
Imagem: Pedro Américo (1843–1905), via Wikimedia Commons