Um bode boêmio foi eleito vereador no Ceará
Por Thiago Gomide do Tá na História
Parceria HISTORY e Tá Na História
Há quem chame o bode de Yôiô. Há quem chame de Iôiô.
Mas não tem um cearense que se preze – e que goste de uma boa história – que não conheça o bode que arrebatou corações na capital e até foi eleito vereador.
Yôiô pintou em Fortaleza fugindo da seca braba que assolava o sertão em 1915. Acompanhado de seu dono, que depois vendeu o anima, Yôiô foi logo chamando atenção.
Perto da linda praia de Iracema, o bicho corria atrás das crianças e das mulheres. Na praça do Ferreira, reduto boêmio, tomava cachaça com a turma do copo. Foi visto curtindo uma peça no Theatro José de Alencar, um dos mais importantes do Brasil.
Quer saber o que mais o bode aprontou e como ele se “tornou” vereador no começo da década de 1920? Aperta o play.
O vereador Yôiô serviu de inspiração para o lançamento gaiato de candidaturas políticas de outros bichos – e a reflexão do voto nulo, é claro.
O rinoceronte Cacareco, em São Paulo, foi o mais votado em 1959. Macaco Tião, lançado pela turma da revista Casseta Popular como candidato a prefeito do Rio de Janeiro em 1988, recebeu cerca de 400 mil votos.
Yôiô já foi homenageado de diferentes maneiras: documentários, cordel, livros infantis, reportagens e até músicas.
Logo após sua morte, em 1931, Yôio foi empalhado e doado ao Museu do Ceará. É uma das grandes atrações.
THIAGO GOMIDE é jornalista e pesquisador. Foi apresentador e editor do Canal Futura e da MultiRio, ambos dedicados à educação. Escreveu e dirigiu o documentário "O Acre em uma mesa de negociação". Além de ser o responsável pelo conteúdo do Tá na História, atualmente edita e apresenta o programa A Rede, na Rádio Roquette Pinto ( 94,1 FM - RJ).
A proposta do Tá na História é oferecer conteúdos que promovam conhecimento sobre personagens e fatos históricos, principalmente do Brasil. Tudo isso, claro, com bom humor e muita curiosidade.