Um crânio furado confirmou que os incas eram neurocirurgiões
Os incas foram grandes guerreiros, artesãos, astrônomos, arquitetos e engenheiros, mas o que nem todos sabem é que além disso eles eram grandes neurocirurgiões. A descoberta de um crânio com uma intervenção cirúrgica, no século XIX, foi uma prova definitiva, embora o mundo tenha demorado décadas para aceitar esse fato. Foi o arqueólogo Ephraim Squier quem encontrou a peça em uma antiga coleção privada em Cusco, no Peru, em 1864.
Trepanação
O crânio tinha um buraco quadrado de 15 X 17 milímetros, e parecia ter um crescimento de osso novo. Após a negativa da Academia de Medicina de Nova York, Squier levou o crânio a Paul Broca, a principal autoridade europeia em crânios humanos, que corroborou que a pessoa não somente havia estado viva durante o corte, mas também tinha sobrevivido. Com o tempo, foram encontrados mais crânios que haviam passado pelo processo de trepanação (técnica de raspagem, incisão e perfuração de crânios).
A princípio, acreditou-se que as trepanações eram feitas para “liberar os maus espíritos presos dentro do cérebro”. Mas agora, a principal teoria diz que os antigos neurocirurgiões incas estavam tratando feridas na cabeça, principalmente por quedas ou combates, para limpá-las e evitar o acúmulo de sangue no cérebro. Uma pesquisa de 2018 aponta que essa civilização tina conhecimentos avançados sobre o tema.
Após a teoria de Squier ter sido confirmada, pesquisadores encontraram exemplos de cirurgias parecidas em outras partes do mundo. Atualmente, há um consenso científico de que a prática era difundida entre diferentes culturas antigas. Na França, foram encontrados crânios trepanados do período neolítico, por exemplo.