Uma nebulosa de hidrogênio gigante se chocará contra a Via Láctea
A Nuvem de Smith é como uma "serpente gigante" de hidrogênio que está em rota de colisão com a Via Láctea.
Se as leis habituais da físicas forem cumpridas, nuvens de alta velocidade como esta devem entrar em colapso quando colidirem com discos de galáxias. Porém, isso não deverá ocorrer com a Nuvem de Smith e ela deve permanecer intacta. Um grupo de cientistas descobriu uma força do campo magnético nas profundezas de Smith que seria a chave para explicar a existência dessas nuvens durante sua queda meteórica.
Explosão espetacular
Astrônomos usando o telescópio Karl G. Jansky Very Large Array (VLA), da National Science Foundation e do Telescópio Green Bank Robert C. Byrd (GBT), descobriram um campo magnético no interior profundo da Nuvem de Nuvem que podem protegê-la do impacto com a nossa galáxia. Isso vai acontecer daqui a 30 milhões de anos - a Nuvem de Smith corre em direção a Via Láctea a uma velocidade de 240 km/seg.
Quando o choque ocorrer, os astrônomos acreditam que irá marcar o início de uma explosão espetacular que criará milhares de novas estrelas e supernovas. Mas, primeiro, a nuvem deverá sobreviver ao impacto, a toda a velocidade, contra o halo de gás quente ionizado em torno da Via Láctea.
Excedente de gás
A Nuvem de Smith mede 11 mil anos-luz de comprimento e 2.500 anos-luz de largura e está a 8 mil anos-luz do disco da nossa galáxia. Os cientistas acreditam que a formação pode ter sido originada a partir de um excedente de gás da Via Láctea ou de outra galáxia próxima.
Algumas teorias científicas afirmam que o anel de estrelas próximo ao Sol, denominado Cinturão de Gould, foi provavelmente gerado após um fenômeno de características semelhantes. A pesquisa dessa nebulosa poderá trazer informações importantes para a compreensão do Universo.
Em 1963, a astrônoma Gail Smith, pesquisadora da Universidade de Leiden, nos Países Baixos, descobriu uma nuvem gigante de gás hidrogênio de alta velocidade, localizada na constelação Aquila. A nebulosa foi chamada de Nuvem de Smith, em sua homenagem.
Imagem: ESA/Hubble [CC BY 3.0], via Wikimedia Commons