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Veja 10 momentos mais marcantes das Olimpíadas

Por History Channel Brasil em 10 de Agosto de 2016 às 02:05 HS
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Conheça 10 fato que marcaram os Jogos Olímpicos e a história da humanidade.

As Olimpíadas são muito mais do que uma festa do esporte: funcionam como termômetro da História, dos momentos que o mundo vive. Abaixo, selecionamos dez momentos olimpícos em que esporte e política se misturaram.

1936 (Berlim): Atleta americano negro faz ruir o mito da supremacia ariana
Diante de Hitler (e olhem que a Segunda Guerra Mundial não tinha nem começado), o atleta americano Jesse Owens ganhou nada menos do que quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim.

Justamente quando Adolph Hitler tentava provar sua teoria de que os brancos eram superiores. Owen era negro. Reparem na cara de perplexidade de Hitler.



Não haveria Jogos Olímpidos nos anos seguintes (1940 e 1944), por conta da guerra. Os jogos de 1940 seriam no Japão e os de 1944, em Londres. Em 1948, Japão e Alemanha, que perderam a guerra, foram banidos dos jogos de Londres.

1960 (Roma): O atleta descalço e o banimento da África do Sul
O desconhecido atleta etíope Abebe Bikila tornou-se o primeiro africano a ganhar uma medalha de ouro nos jogos. Justamente na Itália que havia invadido seu país, nos anos 30.

Bikila correu a maratona sob o sol escaldante de Roma completamente descalço. Quatro anos depois, bateu seu próprio recorde, nas Olimpíadas de Tóquio. Outro fato político importante dessa Olimpíada foi o banimento da África do Sul por conta do Apartheid. A África do Sul só voltaria a competir nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992.

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1968 (México): Protesto contra o racismo
O conturbado ano de 1968 teve reflexos nos esportes. A Europa estava em ebulição, o Brasil em plena ditadura. Nos EUA, Robert Kennedy e o líder do movimento negro Martin Luther King haviam sido assassinados.

Nesse clima, os corredores americanos Tommie Smith e John Carlos – medalhas de ouro e bronze nos 200 metros – subiram ao pódio trajando meias negras sem sapatos, broches do movimento pelos direitos civis e, ao som do hino americano, baixaram a cabeça e ergueram os punhos cerrados, cobertos por uma luva também negra. Era a saudação do movimento negro. Os atletas foram suspensos, mas seus gestos entraram para a História.



1972 (Munique): Atentado à delegação de Israel
Um grupo de oito terroristas palestinos entrou no alojamento da delegação de Israel, lutou com atletas e manteve 11 deles reféns. Em troca, exigiram a libertação de presos detidos em Israel. (Dizem que neonazistas alemães facilitaram sua entrada no local olímpico, mas nada foi comprovado). Israel se negou a negociar com os terroristas.

Numa ação desastrosa, todos os reféns morreram, além de um policial alemão e cinco terroristas. Os jogos foram interrompidos por dois dias e uma cerimônia de repúdio foi realizada.

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1980 (Moscou): O maior boicote da História
Em plena Guerra Fria, 69 países aderiram ao boicote dos Jogos Olímpicos de Moscou promovido pelos EUA – o Brasil, no entanto, participou da esvaziada competição. Nenhuma TV americana transmitiu os jogos. Mas a emocionante imagem do mascote Misha, o ursinho chorão, ganhou o mundo. Até hoje Misha é o mascote mais lembrado dos jogos.

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1984 (Los Angeles): A vez dos comunistas
Ao contrário dos russos, os americanos não choraram e não fizeram nenhuma menção ao boicote - desta vez por parte dos países alinhados à União Soviética. As Olimpíadas de Los Angeles foram hiperproduzidas e midiáticas, mas a ausência dos soviéticos, dos cubanos e dos alemães orientais prejudicaram bastante a qualidade dos jogos.

O destaque, além da participação americana, foi a da China, que resolveu não boicotar. Os países que boicotaram organizaram quase na mesma época uma outra competição de alto nível chamada Jogos da Amizade.

1992 (Barcelona): Alemanha unificada e a volta da África do Sul
As Olimpíadas de Barcelona revitalizaram completamente a cidade e foram marcadas pela volta de uma só Alemanha (após a queda do Muro de Berlim) e da África do Sul à competição. Com o fim da URSS, os soviéticos se juntaram a mais 12 territórios e formaram a Comunidade dos Estados Independentes, que viria a terminar em primeiro lugar no quadro geral de medalhas.

O esporte sentia a mudança do mundo após o fim da Guerra Fria. Nelson Mandela só seria eleito presidente da África do Sul em 1994, mas em 1992 já havia deixado a cadeia e seu país ganhou a chance de voltar à competição.

1996 (Atlanta): Atentado
Anos antes do 11 de setembro, os EUA já conviviam com um atentado de grandes proporções, num local público: uma bomba explodiu dentro do Parque Olímpico Centennial, sede dos Jogos de Atlanta, matando duas pessoas e ferindo 150.

O autor do atentado, Eric Rudolph, era um americano radical de extrema direita; foi preso em 2003 e condenado à prisão perpétua. O plano do radical era cancelar os jogos, o que não aconteceu. E ainda teve Mohammad Ali acendendo a tocha, mesmo com os sintomas do Mal de Parkinson ... prova de que a emoção sempre vence o terror.

2012 (Londres): O poder feminino
Pela primeira vez na história dos Jogos, todos os países enviaram mulheres em suas delegações. As atletas de origem muçulmana competiram com véu e tudo. A Olimpíada de Londres ficou conhecida também como a mais bem organizada de todas.

Veja imagens da prova feminina de remo, com as egípcias Sara Mohamed Baraka e Fatma Rashed:



2016 (Rio): Time de refugiados
Um momento político marcante é esperado para as Olimpíadas do Rio. O COI aprovou a participação de uma equipe de refugiados.

O Team Refugee tem apoio das Nações Unidas e deverá chamar atenção para uma das maiores tragédias da História: atualmente, mais de 65 milhões de pessoas no mundo foram obrigadas a deixar suas casas por conta de conflitos ou questões econômicas.

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Imagem Abebe Bikila: Domínio público

Imagem atentado Munique: via Wikimedia Commons

Imagem Misha: Lefteris Papaulakis/Shutterstock.com

Imagem refugidado James Nyang Chiengjiek, do Sudão do Sul: Felipe Varandas/Rio 2016