Veja quais foram o cientistas mais premiados do ano e suas incríveis descobertas
O ano de 2015 foi marcado por descobertas fundamentais na ciência que deverão alterar nossas vidas daqui em diante. Tivemos desde os experimentos com os neutrinos, partículas fantasmagóricas que mudarão a teoria da matéria, até o mapeamento genético completo do homem de Neandertal, que nos mostrou uma nova linhagem extinta de seres humanos.
O Prêmio Breakthrough, criado pelo bilionário russo Yuri Milner e por gigantes da área da tecnologia como Facebook e Google, distribuiu mais de US$ 21 milhões para seis pesquisas, eleitas as mais importantes do ano. Veja que estudos são esses e quem são os cientistas que lideram os grupos de pesquisa:
1 – Optogenética
Cientistas: Edward S. Boyden e Karl Deisseroth
A optogenética é uma técnica capaz de controlar os neurônios por meio de feixes de luzes. Os cientistas são bastante otimistas com essa técnica. Eles conseguem isolar os receptores no cérebro e conduzir os tratamentos de forma mais efetiva. A expetativa é que essa técnica permita o tratamento de uma série de transtornos mentais e doenças neurológicas como Parkinson, ansiedade, fobias, vícios em drogas, depressão, autismo e esquizofrenia.
2 – Alzheimer
Cientista: John Hardy
Hardy descobriu a mutação em um gene que está diretamente associada à manifestação da doença neuro-degenerativa de Alzheimer. Com isso, ele já pode isolar esse gene e iniciar os testes de laboratórios em mamíferos para encontrar um medicamento eficiente ou mesmo a cura. Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.
3 – Colesterol
Cientista: Helen Hobbs
As descobertas da doutora Helen Hobbs causaram frisson na comunidade médica e já levaram a produção de medicamentos que deverão estar disponíveis em breve à população. Ao estudar as mutações presentes num gene batizado com a sigla PCSK9, Helen constatou que seus portadores apresentavam concentrações baixas de LDL (mau colesterol) no sangue. A incidência de doenças coronarianas cai até 88% com a presença desse gene modificado. A cientista e sua equipe ainda têm muita pesquisa pela frente, mas as notícias são boas para quem sofre com o colesterol.
4 - Genoma do Homem de Neandertal
Cientista: Svante Pääbo
Houve um tempo em que os antropólogos tinham de se contentar com o estudo de esqueletos e fósseis. Hoje, é possível conhecer detalhes anatômicos de seres que viveram há milhares de anos com o estudo do DNA. É que o cientista sueco Svante Pääbo faz. Ele concluiu a sequência completa do genoma do Homem de Neandertal e descobriu que o H. sapiens e H. neanderthalensis se cruzaram e que nós carregamos hoje cerca de 3% de ancestralidade neandertal. Agora, Pääbo e sua equipe descobriram uma linhagem extinta dos seres humanos chamados Denisovans, pela extração de DNA a partir de um osso mindinho.
5 – Neutrinos
Cientistas: Yifang Wang, Atsuto Suzuki, Koichiro Nishikawa, Arthur B. McDonald, Takaaki Kajita e outros 1.377 cientistas que integram os grupos de pesquisa
O prêmio de Física Fundamental foi atribuído a uma comunidade de físicos que trabalham, há décadas, em túneis e cavernas em cinco locais diferentes da Terra para investigar os neutrinos - habitantes fantasmagóricas do cosmos.
Neutrinos existem em grande quantidade atravessando o espaço a velocidades próximas à da luz. É a segunda partícula mais abundante do Universo depois do fóton. Não os percebemos cotidianamente, ao contrário dos fótons, por ele interagir muito fracamente com a matéria. Grande parte é produzida pelas reações nucleares que ocorrem no interior de estrelas e que geram e também por supernovas (grandes explosões estelares). A cada segundo, 66 bilhões destas partículas fantasmas atravessam o equivalente a uma unha humana.
Em 2015, além do reconhecimento com o Prêmio Breakthrough, os físicos do neutrino levaram também o Prêmio Nobel de Física por terem comprovado que os neutrinos têm massa. O comportamento destas partículas imperceptíveis pode explicar, por exemplo, porque o mundo é majoritariamente constituído de matéria e não de antimatéria. Além disso, os neutrinos conseguem se transformar dando origem a novas formas, o que ainda é um mistério para os físicos.
6 - Variedades topológicas (manifold)
Cientista: Ian Agol
Você já ouviu em manifold? Trata-se de um conceito matemático que pode ser entendido como “variedade” em português. Na matemática, uma variedade é um conjunto de pontos num espaço, ligados por relações. Ao aplicarmos o estudo de variedade matemática à topologia, temos a “variedade topológica” que explica, por exemplo, porque a Terra parece plana para quem vive nela, mas na verdade é esférica.
Ian Agol, um matemático da Universidade da Califórnia, Berkeley, e do Instituto de Estudos Avançados, se concentra principalmente em variedades de quatro ou menos dimensões, um campo de estudo conhecido como topologia low-dimensional. Ele foi agraciado com o Prêmio Breakthrough por sua teoria geométrica de grupos, incluindo o trabalho nas soluções da mansidão, virtuais e de conjecturas.
Fontes: Fonte: New York Times e SNO
Imagem: Barbol/Shutterstock.com