Veterinário encontra âncora egípcia de 3400 anos por acaso ao mergulhar em Israel
Quando o veterinário Rafi Bahalul foi dar um mergulho em Atlit, no litoral de Israel, não imaginava o que iria encontrar. Ele simplesmente se deparou com uma âncora egípcia de cerca de 3400 anos no fundo do mar. O artefato apresenta imagens de uma antiga deusa e hieróglifos.
"Eu a vi, continuei nadando por alguns metros, depois percebi o que tinha visto e mergulhei para tocá-la", disse Bahalul. "Foi como entrar em um templo egípcio no fundo do Mediterrâneo", completou. Depois disso, o veterinário entrou em contato com especialistas da Autoridade de Antiguidades de Israel para identificar o objeto.
De acordo com arqueólogos, trata-se de uma típica âncora usada durante a Idade do Bronze. Esses objetos apresentavam o formato de um trapézio, cantos arredondados e um furo próximo à extremidade superior no qual uma corda era presa. Outros artefatos parecidos já haviam sido encontrados na mesma região, mas nenhum com gravuras de tão boa qualidade. Agora o tesouro arqueológico está sendo exibido em uma mostra no Museu de Israel.
A gravura mais significativa na âncora mostra uma mulher escrevendo em uma tabuleta. Pelo símbolo acima de sua cabeça, é possível identificá-la como a deusa Seshat, antiga divindade egípcia da escrita. Porém o rosto da deusa havia sido danificado de propósito, o que chamou a atenção dos especialistas. Ben-Dor Evian, curador do Museu de Israel, acredita que a peça tenha decorado algum templo antigo que foi abandonado ou destruído. Após sua destruição, seus objetos de decoração foram reciclados, servindo para fabricar outros artefatos, como uma âncora. O rosto de Seshat teria sido desfigurado como forma de respeito (pois não seria apropriado decorar um objeto tão banal com a imagem de uma deusa).
Fonte: Haaretz
Imagem: Laura Lachman/Museu de Israel/Divulgação