Viagem ao centro da Serpente Emplumada: estariam ali as criptas dos governantes de Teotihuacán?
Será que nas entranhas mais profundas da pirâmide Serpente Emplumada estão as criptas dos governantes da mítica Teotihuacán? Os pesquisadores mexicanos acreditam que sim e que, se isso for confirmado, não apenas será possível entender melhor essa complexa e desconhecida sociedade mesoamericana, mas também o processo de evolução da humanidade.
Talvez a resposta venha à tona em poucos meses, quando serão anunciados os resultados oficiais do projeto de escavação Tlalocan ("caminho embaixo da terra" em náhuatl). Esse projeto é financiado pelo Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) e propõe uma escavação pioneira no uso das tecnologias mais modernas. Nele, foram utilizados um scanner a laser, um georradar e dois robôs de terra teleguiados e equipados com câmeras infravermelhas – os robôs foram criados pelo engenheiro Hugo Armando Guerra, do Instituto Politécnico Nacional, e foram nomeados em homenagem aos deuses da fertilidade Tlaloc I e Tlaloc II.
Graças aos robôs, é possível programar com detalhe a escavação, que enfrentou alguns problemas, como o excesso de gás radônio no túnel, o que obrigou o uso de extratores e limitou o tempo de trabalho dos arqueólogos no seu interior. Dessa forma, os pesquisadores pretendem começar a desvendar os grandes mistérios em torno da civilização que habitou a cidade de Teotihuacán e se desenvolveu entre os séculos II a.C. e VII-VIII d.C., quando foi abandonada por razões desconhecidas.
Há muito pouca informação disponível ao seu respeito – não se sabe nem como seus habitantes chamavam a cidade, já que o topônimo que significa "cidade dos deuses" ou "o lugar de onde vieram os deuses" é de origem náhuatl e foi dado pelos povos pré-hispânicos mais modernos, que utilizaram o local como santuário. Agora, a tecnologia e a sede de conhecimento permitiram que se adentrasse nas profundezas do passado, na expectativa de emergirem novas respostas para velhas perguntas.
Fonte e imagens: El Mundo