Mergulhe na história deste lago australiano cor-de-rosa
Em 1802, quando o aventureiro capitão Flinders completou sua escalada ao pico mais alto da ilha Middle, a maior do arquipélago de Recherche, na Austrália, e olhou para baixo, deve ter pensado que tinha entrado repentinamente em um sonho, ou em um mundo diferente e desconhecido. É que, diante de seus olhos, surgiu a paisagem natural do Lago Hillier, uma massa de água cor-de-rosa de 600 metros de comprimento.
Não sem algum temor supersticioso, porém movido pela curiosidade, Flinders, o comandante da expedição, e seu fiel capitão de nau, John Tistle, desceram até o lago, incapazes de tirar os olhos da imagem extraordinária. Eles atravessaram a floresta de eucalipto e as dunas cobertas de vegetação para ficarem perto dele. Lá, descobriram que a água permanecia rosada mesmo fora do lago, fosse em recipientes ou entre as palmas de suas mãos e que, talvez por causa de sua proximidade com o Oceano Antártico, estava saturada de sal.
Mais de um século depois, os cientistas confirmaram a presença da microalga Dunaliella salina e de microorganismos conhecidos como halobactérias, que desenvolvem-se em ambientes com altas concentrações de sal. Esses elementos poderiam explicar o aspecto rosado do lago.
Outros preferem explicações mais românticas do que as respostas fornecidas pela ciência, invocando histórias de amores perdidos sob a água fria do lago. O que foi devidamente comprovado é que sua coloração não representa nenhum perigo para a vida humana, por isso, os visitantes podem mergulhar sem medo em um banho cor-de-rosa.
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