O apito asteca da morte: ouça uma vez e não esqueça jamais
Se a morte tivesse um som, ela provavelmente soaria como um apito asteca. Uma pessoa com habilidade para tocá-lo pode tirar dele um som de arrepiar a espinha, parecido com mil almas torturadas sendo carregadas por um vento frio, misturado aos gritos de diferentes animais selvagens.
Cientistas ainda estão estudando esses misteriosos apitos, que têm formatos geralmente de crânios humanos e de animais. O primeiro deles foi encontrado em 1999 nos ossos dos dedos de uma vítima sacrificada, nas ruínas de um templo de 650 anos do deus do vento, na Cidade do México. A localização sugeria que o apito teria a função de evocar o barulho do vento uivando.
O engenheiro mecânico Roberto Velásquez ficou conhecido por estudar esses instrumentos incomuns. Segundo ele, os apitos podem ter sido utilizados em sacrifícios, talvez para guiar a alma para o além, ou para a guerra, já que o som de milhares desses apitos juntos certamente poderia fazer com que os inimigos recuassem. Outros especialistas acreditam que o instrumento pré-colombiano era utilizado para colocar o cérebro humano em um estado onírico, e assim, tratar determinadas doenças.
Arnd Adje Both, especialista em arqueologia musical pré-hispânica, foi o primeiro a soprar o apito achado em 1999, e ficou fascinado pelo som. "Minha experiência diz que alguns sons pré-hispânicos são mais destrutivos que positivos. Outros são evocativos de um transe. Os sons foram certamente utilizados em todos os tipos de cultos, como os de sacrifício, mas também em cerimônias de curas".
Fonte: The Vintage News
Imagem: wplynn/Flickr/CC BY-ND 2.0