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Algumas aranhas estão aprendendo a ser mais sociáveis e ficando mais inteligentes

Estudo revelou que certos aracnídeos apresentam mudanças genéticas devido à sua tendência a conviver com seus semelhantes
Por History Channel Brasil em 16 de Dezembro de 2022 às 08:54 HS
Algumas aranhas estão aprendendo a ser mais sociáveis e ficando mais inteligentes-0

Embora a maioria das aranhas sejam criaturas solitárias, um estudo envolvendo pesquisadores da Australian National University (ANU) descobriu que algumas espécies se tornaram mais sociáveis. Um novo estudo publicado na revista Nature revelou que alguns aracnídeos apresentam mudanças genéticas devido à sua tendência a conviver com seus semelhantes.

Evolução molecular mais rápida

Artrópodes (animais invertebrados que incluem aranhas, insetos e borboletas) não têm cérebros como os humanos. Em vez disso, eles distribuem seu tecido neural, o que significa que seu cérebro pode ocupar espaço em todo o corpo. A pesquisa mostra que as aranhas sociais (como a aranha-caçadora australiana e a aranha social africana) têm um sistema nervoso mais desenvolvido do que as espécies solitárias.

Grupo de aranhas

O professor Alexander Mikheyev, principal autor do estudo, disse que as mudanças genéticas que permitiram que essas diferentes espécies se tornassem mais sociais são muito semelhantes. Segundo ele, ambas exibem mudanças nos genes que controlam o comportamento, a construção de neurônios e a função do metabolismo. “Descobrimos que em diferentes espécies, genes muito semelhantes e os mesmos tipos de mecanismos estavam envolvidos na mudança da solidariedade para a sociabilidade”, afirmou.

O estudo indicou que as espécies de aranhas sociais geralmente apresentaram uma evolução molecular mais rápida em todo o genoma em comparação com as espécies não sociais. Os autores atribuem isso à endogamia e diferenças entre os sexos.  A pesquisa também poderá ajudar a entender melhor até mesmo a genética dos mamíferos. Um dos genes que experimentou seleção intensificada em aranhas sociais é conhecido como “candidato a suscetibilidade ao autismo 2” devido aos efeitos de variantes observadas em camundongos e humanos.

Fontes
Australian National University e IFLScience
Imagens
iStock