Após atingir tamanho recorde, buraco na camada de ozônio sobre a Antártida se fecha
A Organização Meteorológica Mundial anunciou que o buraco da camada de ozônio sobre a Antártida se fechou. O rombo havia atingido tamanho recorde em 2020. Segundo o órgão, a recuperação aconteceu devido a condições meteorológicas naturais.
Em 2020, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida começou a crescer rapidamente a partir de meados de agosto. Ele atingiu um pico de cerca de 24,8 milhões de quilômetros quadrados em 20 de setembro de 2020, espalhando-se pela maior parte do continente. Esse foi um dos maiores e mais profundos rombos registrados desde o início do monitoramento da camada de ozônio, há 40 anos.
Segundo os pesquisadores, o buraco recorde foi provocado por um vórtice polar forte, estável e frio em conjunto com temperaturas muito baixas na estratosfera (a camada da atmosfera que fica aproximadamente entre 10 km e 50 km de altitude). Isso impediu a mistura do ar pobre de ozônio acima da Antártida com ar rico em ozônio de latitudes mais altas. Os mesmos fatores meteorológicos contribuíram para que o buraco da camada de ozônio no Ártico também atingisse tamanho recorde.
O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida foi um motivo de preocupação durante décadas. Isso porque essa camada protege a Terra contra os efeitos nocivos dos raios ultravioleta, irradiados pelo Sol. Sua deterioração poderia resultar em sérias consequências. O aparecimento desses buracos é um processo que ocorre naturalmente no polos: eles costumam aparecer e desaparecer. Mas na Antártida o buraco passou a crescer sem voltar a diminuir de tamanho. Descoberta em 1985, a anomalia preocupou os cientistas.
Em 1987, 46 países assinaram o Protocolo de Montreal, comprometendo-se a eliminar progressivamente substâncias que causam a destruição do ozônio. A principal meta foi acabar com o uso dos 15 tipos de clorofluorcarbonos (CFC), substâncias químicas que eram usadas em itens do cotidiano, como condicionadores de ar e aerossóis. Todos os 197 membros das Nações Unidas acabariam por ratificar o tratado e, como resultado, os cientistas agora preveem que a camada de ozônio retornará aos níveis anteriores a 1980 antes do final do século XXI.
Fonte: Organização Meteorológica Mundial
Imagem: NASA/Reprodução