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China cria telescópio submarino para resolver o enigma das "partículas fantasma"

Os misteriosos neutrinos perdem apenas para os fótons como as partículas subatômicas mais abundantes no universo 
Por History Channel Brasil em 03 de Novembro de 2023 às 11:48 HS
China cria telescópio submarino para resolver o enigma das "partículas fantasma"-0

A China está construindo um gigantesco telescópio para observação de neutrinos, também conhecidos como "partículas fantasma". A novidade é que esse equipamento não será instalado em terra ou no espaço, mas no fundo do mar. Isso porque um dos raros momentos nos quais eles podem ser detectados é ao passar pela água. 

Difícil detecção 

Os neutrinos perdem apenas para os fótons como as partículas subatômicas mais abundantes no universo. Eles são produzidos no fogo nuclear das estrelas, em explosões de supernovas, nos raios cósmicos e no decaimento radioativo, e nos aceleradores de partículas e reatores nucleares na Terra. No entanto, sua carga elétrica inexistente e a massa quase zero significam que eles mal interagem com outros tipos de matéria, o que dificulta sua detecção.

Fusão de partículas

Batizado de TRIDENT (sigla em inglês para Telescópio Tropical de Neutrinos de Águas Profundas), o novo equipamento será ancorado no Oceano Pacífico Ocidental, a uma profundidade de 3,5 m. A tecnologia foi projetada para procurar raros flashes de luz produzidos pelos neutrinos à medida que se tornam brevemente tangíveis nas profundezas do mar. Estima-se que a construção do telescópio será concluída em 2030.

Segundo os cientistas, os neutrinos passam completamente despercebidos pela maior parte da matéria, mas ocasionalmente interagem com moléculas de água. À medida atravessam a água ou o gelo, eles às vezes criam subprodutos de partículas chamados múons, que emitem flashes de luz. Ao estudar os padrões que estes flashes produzem, os cientistas podem reconstruir a energia, e por vezes as fontes, dos neutrinos.

"Usando a Terra como escudo, o TRIDENT detectará neutrinos penetrando do lado oposto do planeta", disse Xu Donglian, o cientista-chefe do projeto durante uma entrevista coletiva. "Como o TRIDENT está perto da linha do equador, ele pode receber neutrinos vindos de todas as direções com a rotação da Terra, permitindo a observação de todo o céu sem pontos cegos", completou.

Fontes
Live Science e Wion
Imagens
iStock