A ciência projeta como serão os humanos daqui a um milhão de anos
Será possível projetar como serão os humanos do futuro? Thomas Mailund, professor de bioinformática da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, acredita que sim. Para imaginar como nossos descendentes se parecerão daqui a um milhão de anos, também é preciso olhar para o passado.
Modificação artificial do corpo
Durante os últimos 10 mil anos, os humanos tiveram que se adaptar a diversos fatores externos. A vida agrícola e a abundância de alimentos refletiram em nossa saúde e estilo de vida. Em termos de aparência, os humanos tornaram-se mais gordos e, em algumas regiões do planeta, mais altos. Mas, no futuro, em um planeta altamente populoso, como forma de poupar energia, poderemos evoluir para termos estaturas mais baixas, sugere Mailund.
O pesquisador também acredita que um outro passo esperado da evolução humana será dado a partir da modificação artificial dos órgãos do corpo, inclusive o cérebro. “Já não é uma questão biológica, mas tecnológica”, afirmou. Isso seria uma continuação do que a medicina já vem fazendo há anos, modificando diferentes partes do corpo para curá-lo ou fazendo com que ele funcione de uma melhor forma.
Mailund sugere ainda que implantes biônicos servirão não apenas para otimizar certas funções orgânicas, mas também ampliar as capacidades sensoriais. Isso poderia acontecer, por exemplo, com a introdução de um olho artificial munido de uma câmera que permita identificar frequências de cor ou imagens hoje imperceptíveis. Implantes cerebrais também poderiam aumentar a memória dos humanos do futuro.
Atualmente, cientistas já têm a tecnologia para alterar os genes de um embrião, embora a prática seja controversa. Mas no futuro, sugere Mailund, esse procedimento poderá se tornar corriqueiro. “O que fazemos com raças de cães, faremos com humanos”, acredita o pesquisador.