A ciência responde: por que bocejamos?
Apesar de ser algo normal e corriqueiro, a função do bocejo nunca foi plenamente explicada pela ciência. Agora, um novo estudo pode ter desvendado desse comportamento comum a humanos e outros animais. A pesquisa, liderada pelo biólogo Andrew Gallup, foi publicada na revista científica Animal Behavior.
Sinal de alerta
De acordo com Gallup, há várias razões para o bocejo, mas ele acredita que uma delas seja a principal. Em seu estudo, o pesquisador diz que esse comportamento teria evoluído como um sinal para avisar a membros de um determinado grupo de que quem está bocejando apresenta um nível de alerta menor. Portanto, para compensar a desatenção desse indivíduo, os outros membros precisam redobrar sua atenção para evitar ameaças ao grupo, como ataques de predadores.
“O bocejo é uma adaptação neurofisiológica onipresente entre os vertebrados, e a detecção desse padrão de ação em outros parece ser biologicamente importante entre as espécies sociais”, diz ele em seu estudo. “(Esse comportamento) serve como um sinal que aumenta a vigilância individual e promove a sincronia motora através do contágio”.
Gallup diz que os bocejos podem ser espontâneos ou contagiosos. O primeiro aparentemente surge do nada, enquanto o último resulta em ver outra pessoa bocejar. Ele explica que, por definição, todo bocejo contagioso pode ser rastreado até um bocejo espontâneo original e, por essa razão, o bocejo contagioso deve ter evoluído mais recentemente. Segundo ele, como esse comportamento evoluiu em nossos ancestrais há milhares de anos e já não é mais útil aos humanos modernos, é possível que o bocejo desapareça entre nossa espécie no futuro.