Cientistas criam robô capaz de andar, suar e respirar
Um grupo de cientistas da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos, está investigando os impactos do calor extremo no corpo humano. Para isso, eles utilizam a ajuda de um equipamento inovador batizado de ANDI. Trata-se do primeiro robô termorregulador do mundo, uma espécie de manequim capaz de suar, respirar e se movimentar.
Imitação das funções térmicas
Segundo os pesquisadores, o robô pode imitar as funções térmicas do corpo humano e tem 35 áreas de superfície diferentes controladas individualmente com sensores de temperatura, sensores de fluxo de calor e poros que transpiram. Embora existam atualmente 10 exemplares do robô ANDI pelo mundo, o modelo utilizado pela equipe da Universidade Estadual do Arizona é o pioneiro em operações externas, pois possui um sistema interno de resfriamento, garantindo sua capacidade de se manter fresco em situações de calor intenso.
📣 Introducing ANDI:
— Arizona State University (@ASU) June 5, 2023
The world’s first outdoor sweating, breathing and walking manikin.
ANDI is currently being used by a team of ASU researchers to measure how heat impacts different body types and internal organs.
Learn more:https://t.co/tXQNoXKE8K pic.twitter.com/WAU0hKHt7G
Para testar o ANDI em diferentes situações, os pesquisadores construíram uma câmara de calor, na qual uma tecnologia avançada controla o fluxo de ar, a radiação solar e a temperatura, que pode atingir até 60°C, com o objetivo de simular cenários extremos. De acordo com os cientistas, nesse ambiente aquecido, o manequim é exposto a diversos cenários e analisado em tempo real, permitindo uma melhor compreensão sobre como o calor afeta cada órgão interno humano e quais riscos essas situações acarretam à saúde.
“Você não pode colocar humanos em situações perigosas de calor extremo e testar o que aconteceria”, disse Jenni Vanos, que pesquisa a relação entre o calor extremo à saúde humana, especificamente para populações ativas, como crianças, trabalhadores ao ar livre e atletas. “Mas há situações que conhecemos no Vale (do Rio Gila, no Arizona" em que as pessoas estão morrendo de calor e ainda não entendemos totalmente o que aconteceu". A cientista acredita que o ANDI pode ajudar a descobrir os motivos por trás dessas fatalidades.
No verão do hemisfério norte, os pesquisadores planejam fazer com que o ANDI trabalhe em conjunto com o MaRTy, o robô de calor biometeorológico. A ideia é entender melhor os mecanismos de transpiração humana e da alteração a temperatura da pele, além de identificar como ambientes específicos podem aumentar os riscos do calor para a saúde.