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Cientistas ensinam bactérias geneticamente modificadas a “ler” código Morse

Acredita-se que esse é o primeiro passo para usar a natureza como um supercomputador
Por History Channel Brasil em 06 de Janeiro de 2023 às 09:25 HS
Cientistas ensinam bactérias geneticamente modificadas a “ler” código Morse-0

Uma equipe de cientistas espanhóis especializada em computação biológica está ensinando bactérias geneticamente modificadas a decodificar uma mensagem. Se tudo der certo, elas serão capazes de aprender o código Morse. Segundo os pesquisadores, é o primeiro passo para usar a natureza como um supercomputador, criando redes neurais de organismos vivos conectados entre si, como no planeta Pandora do filme Avatar.

Organismos vivos na computação

O projeto aplica engenharia genética a bactérias Escherichia coli para torná-las capazes de reagir a um estímulo associado a um sinal de um código linguístico. O objetivo é que essa população de bactérias seja capaz de “ler” o código Morse, o que no futuro poderá resultar no uso de organismos vivos na computação. A ideia do projeto é testar se seres vivos, como bactérias, podem criar redes neurais que lhes permitam ter inteligência artificial.

Cientista em laboratório

O que a equipe de Alfonso Jaramillo, diretor do Laboratório de Biologia Sintética De Novo, da I2SysBio, faz é modificar alguns genes da bactéria para que ela reaja a um sinal, neste caso um pulso químico com uma duração de tempo específica, como sinais de código Morse. As ‘instruções’ da ressonância são armazenadas na memória das bactérias. Ao receber o sinal programado, a bactéria gera proteínas que fazem com que a bactéria se acenda – a fluorescência –, em um processo semelhante ao das sinapses do cérebro humano.

“Assim, obtemos um sistema neuromórfico, uma população de bactérias que funciona como um superneurônio”, disse Jaramillo. Segundo ele, este é o primeiro passo para criar nos organismos vivos o que é conhecido na computação como uma 'rede neural artificial', um conceito inspirado na biologia onde um conjunto de unidades – neurônios – estão conectados entre si para transmitir sinais. “Se pudéssemos usar esse sistema em fungos, que demonstraram ser capazes de conduzir eletricidade e criar redes entre as árvores, poderíamos criar algo parecido com o planeta Pandora do filme Avatar, completou o cientista.

Fontes
Universidade de Valencia
Imagens
iStock