Cientistas planejam cavar o buraco mais profundo da Terra para extrair energia ilimitada
A empresa Quaise, criada no Centro de Fusão e Ciência do Plasma do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), anunciou um projeto que consiste em cavar o maior buraco do mundo. A ideia é perfurar um poço de 20 quilômetros para obter uma grande quantidade de energia limpa e renovável a partir das profundezas da Terra. Caso a iniciativa seja bem-sucedida, poderá haver uma revolução no setor energético mundial.
Energia geotérmica
De acordo com a empresa, o poço alcançará uma profundidade na qual as temperaturas das rochas ficam em torno de 500° C. Segundo os cientistas, o calor que se encontra no interior da Terra poderia se tornar uma fonte limpa e quase inesgotável de energia geotérmica. “Nossa tecnologia nos permite acessar energia em qualquer lugar do mundo, em uma escala muito maior do que a eólica e solar, permitindo que as gerações futuras prosperem em um mundo alimentado com energia limpa abundante”, afirmou Carlos Araque, CEO da Quaise.
The geothermal startup Quaise Energy has raised $63 million in funding to tap Earth’s deep subterranean power. https://t.co/AI4cbnAsQL
— Motherboard (@motherboard) March 10, 2022
As usinas geotérmicas atuais são normalmente construídas em áreas onde rochas quentes estão localizadas perto da superfície da Terra, como em falhas tectônicas ativas. Isso facilita o aproveitamento do calor natural do nosso planeta, convertendo-o em eletricidade a vapor. Mas especialistas acreditam que esse tipo de energia poderia desempenhar um papel muito maior para suprir as necessidades energéticas do mundo. Para isso, as usinas precisam acessar a rocha quente que está disponível vários quilômetros abaixo da superfície do planeta.
A Quaise pretende ser pioneira nesse setor, ao utilizar tubos de vácuo conhecidos como girotrons que disparam feixes de luz de ondas milimétricas, alimentados por elétrons em um forte campo magnético. Usando esses dispositivos, a empresa planeja alcançar uma profundidade quase duas vezes maior que os maiores buracos já cavados, como o Kola Superdeep Borehole da Rússia, que se estende por 12km e é conhecido como "Entrada para o Inferno".