Criatura marinha pode ser a chave para a descoberta da fonte da juventude
Uma pequena criatura marinha pode guardar os segredos da juventude eterna. Chamada de Hydractinia symbiolongicarpus, ela apresenta habilidades regenerativas sem paralelos na natureza. Agora, um novo estudo sobre seus processos de envelhecimento e regeneração tem o potencial para conter ou reverter os resultados do avanço do tempo no corpo humano no futuro.
Células-tronco
Embora os seres humanos possuam alguma capacidade regenerativa, como a cicatrização de ossos quebrados ou a regeneração do fígado, certos animais, como salamandras e peixes-zebra, podem regenerar membros inteiros e vários órgãos. Surpreendentemente, criaturas com corpos mais simples, como a Hydractinia, exibem habilidades regenerativas ainda mais extraordinárias, como mostra o estudo publicado na revista Cell Reports.
These tiny sea creatures can actually regrow their entire body with help from “aging” cells. So they probably spend more time thinking about how cool they feel when they regenerate. Learn more about Hydractinia! https://t.co/7YyDkeIA79 pic.twitter.com/rhXO8jZvL9
— National Human Genome Research Institute (@genome_gov) July 3, 2023
Anteriormente, os pesquisadores já haviam descoberto que a Hydractinia possui um grupo especial de células-tronco para regeneração. Nos seres humanos, essas células atuam principalmente no desenvolvimento, mas organismos altamente regenerativos como Hydractinia as usam ao longo de suas vidas. Esse animal em particular tem a capacidade de regenerar seu corpo inteiro a partir de um fragmento de tecido.
Ao sequenciar o RNA da Hydractinia, os pesquisadores identificaram uma assinatura molecular associada à senescência (processo natural de envelhecimento ao nível celular) durante sua regeneração. Durante as análises, os cientistas observaram que o animal evita os efeitos do envelhecimento ao eliminar células senescentes pela boca. Como os humanos têm ancestrais em comum com a Hydractinia, os autores esperam que essa descoberta possa ajudar a entender o envelhecimento em nossa espécie e como combater os efeitos da senescência.
“Ainda não entendemos como as células senescentes desencadeiam a regeneração ou quão difundido é esse processo no reino animal”, disse o Andy Baxevanis, cientista do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano dos Estados Unidos e líder do estudo. “Felizmente, ao estudar alguns de nossos parentes animais mais distantes, podemos começar a desvendar alguns dos segredos da regeneração e do envelhecimento – segredos que podem, em última análise, avançar no campo da medicina regenerativa e também no estudo de doenças relacionadas à idade”, completou.