Descoberta a causa das mortes misteriosas de centenas de elefantes no sul da África
No início do ano, mais de 350 elefantes apareceram mortos em Botsuana, no sul da África. Durante meses, pesquisadores procuram desvendar as causas dessa tragédia ambiental. Agora, autoridades do país acreditam que tenham resolvido o mistério.
De acordo com o governo de Botsuana, os elefantes morreram devido à ingestão de toxinas. “Nossos últimos testes apontaram neurotoxinas cianobacterianas como a causa das mortes. Essas bactérias são encontradas na água”, afirmou Mmadi Reuben, veterinário do Departamento de Vida Selvagem do país.
Anteriormente, os pesquisadores haviam observado que 70% das carcaças desses elefantes haviam sido localizadas perto de poços de água. Nesses locais foi observada a proliferação de algas, que podem produzir organismos microscópicos tóxicos chamados cianobactérias. Outras hipóteses já haviam sido levantadas antes. Especulou-se que até mesmo a COVID-19 pudesse estar por trás das mortes, mas especialistas disseram que isso seria improvável.
Os pesquisadores querem saber agora por que praticamente apenas elefantes foram afetados (além dos paquidermes, apenas um cavalo morreu em circunstâncias semelhantes). Inicialmente, a hipótese da intoxicação por cianobactérias chegou a ser descartada justamente porque outros animais não tiveram o mesmo fim. “Estamos investigando várias hipóteses”, disse Reuben. Uma das teorias diz que os elefantes podem ser mais suscetíveis às toxinas presentes nos poços porque passam muito tempo tomando banho e bebendo grandes quantidades de água.
Apesar de o governo de Botsuana afirmar que desvendou o caso, alguns pesquisadores não estão convencidos disso. “Só o fato de as cianobactérias terem sido encontradas na água não prova que os elefantes morreram por exposição a essas toxinas. Sem boas amostras colhidas dos elefantes mortos, todas as hipóteses são apenas isso: hipóteses”, afirmou Niall McCann, diretor de conservação da instituição britânica National Park Rescue, em entrevista ao The Guardian.
Fonte: The Guardian
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