É possível que existam mais de cinco oceanos no interior do núcleo terrestre
Existem vários estudos que sugerem a presença de imensas quantidades de água nas profundezas do planeta, muito mais do que as existentes na superfície. Essa reserva estaria incrustada nos minerais que compõem o manto da Terra, especialmente em uma região situada entre 400 e 700 quilômetros de profundidade. Agora, um novo estudo aponta a existência de enormes quantidades de água no interior do núcleo planetário, que equivaleriam a mais de cinco oceanos.
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O estudo sugere que o núcleo pode conter o maior reservatório da Terra como resultado do movimento do hidrogênio no centro do planeta. Há mais de 4,5 bilhões de anos, à medida que a Terra se formava, o elemento pode ter ficado na camada que esfriou e se tornou o manto rochoso. Por ser impossível ver diretamente o núcleo da Terra, os cientistas tentaram simular o que aconteceu, analisando como o hidrogênio se comporta em altas pressões e temperaturas, semelhantes às encontradas na fronteira entre o manto e o núcleo.
A pesquisa, liderada por Yunguo Li, pesquisador associado da faculdade de Matemática e Física da University College London, foi publicada na revista Nature Geoscience. Ele afirma que a água estaria “diluída” no ferro derretido no núcleo terrestre. O estudo é importante não somente porque refaz os cálculos que estimam a quantidade de água que o planeta possui, mas também porque coloca uma interrogação sobre sua origem.
A respeito da origem da água no núcleo planetário, existem atualmente duas teorias: uma afirma que ela chegou aqui por meio de cometas e asteroides, há mais de 3 bilhões de anos. Outra assegura que ela está presente desde o momento em que a Terra se formou, originada pelos processos geológicos sofridos pelo planeta.
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