A estrela supergigante Betelgeuse estaria prestes a explodir, diz estudo
Uma equipe internacional de pesquisadores sugere que as flutuações no brilho da estrela Betelgeuse, localizada a 650 anos-luz da Terra, indicam que ela poderá explodir em breve e se tornar uma supernova. O estudo que defende essa hipótese, assinado por cientistas da Universidade de Tohoku, no Japão, e da Universidade de Genebra, na Suíça, foi submetido para publicação na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Mas, outros astrônomos não estão de acordo com essa teoria.
Combustível no fim?
Betelgeuse é uma supergigante vermelha brilhante, localizada na constelação de Orion e que tem entre 15 e 20 vezes mais massa que o Sol. Em 2019, a estrela escureceu inesperadamente, mas no início de 2023 se recuperou até ultrapassar seu brilho máximo. Curiosamente, Betelgeuse é uma estrela que apareceu há apenas 10 milhões de anos, um tempo insignificante na escala do universo.
De acordo com o estudo, Betelgeuse pode ter poucos anos de "combustível" restante em seu núcleo. Quando a estrela queimar essa última reserva, seu núcleo entrará em colapso em um buraco negro e, no processo, explodirá as camadas externas da estrela a enormes velocidades de até 40 mil quilômetros por segundo. Esse fenômeno é o que os astrônomos chamam de explosão de supernova e, no caso de Betelgeuse, será uma visão espetacular para observadores na Terra, pois ela se situa relativamente próxima do nosso planeta.
“Concluímos que Betelgeuse deve estar atualmente em uma fase tardia (ou perto do fim) da queima de carbono central. Depois que o carbono é consumido, ocorre um colapso do núcleo, levando a uma explosão da supernova. Estima-se que isso acontecerá em algumas dezenas de anos”, afirmaram os autores do estudo.
Outros pesquisadores discordam da conclusão do estudo. “Nossa equipe sustenta que o tempo até Betelgeuse se transformar em supernova é da ordem de 100 mil anos, um número que vem (principalmente) da condição de queima do hélio”, disse Meridith Joyce, astrônoma do Observatório Konkoly, na Hungria, ao site Gizmodo. “Devo enfatizar que, com nosso conhecimento atual (...) Betelgeuse deve estar queimando o núcleo de hélio e deve explodir em não menos que dezenas de milhares de anos”, afirmou Miguel Montargès, astrônomo da Universidade Sorbonne, na França, em entrevista à mesma publicação.