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Estudo indica que um terço dos planetas da Via Láctea pode estar na zona habitável

A descoberta tem potencial para apontar um novo caminho na busca por seres vivos fora da Terra
Por History Channel Brasil em 31 de Maio de 2023 às 11:57 HS
Estudo indica que um terço dos planetas da Via Láctea pode estar na zona habitável-0

Um novo estudo feito por astrônomos da Universidade da Flórida indica que aproximadamente um terço dos planetas que orbitam estrelas pequenas na Via Láctea poderia potencialmente estar dentro da zona habitável. Esse termo define a região em torno de uma estrela na qual a água líquida pode se acumular na superfície de um planeta rochoso, oferecendo condições mínimas para potencialmente abrigar vida. A descoberta pode apontar um novo caminho na busca por seres vivos fora da Terra.

Posição favorável

Segundo os astrônomos, estrelas anãs comuns, significativamente menores e mais frias que o nosso Sol, abrigam bilhões de planetas na nossa galáxia. A pesquisa sugere que dois terços desses planetas estão tão próximos de suas estrelas que não têm condições de estar na zona habitável por estarem suscetíveis a forças de maré extremas. No entanto, o terço restante, o que equivale a centenas de milhões de planetas em toda a Via Láctea, pode estar em posição favorável para manter água líquida e potencialmente abrigar vida.

O estudo, assinado pela professora de astronomia Sarah Ballard e pela estudante de doutorado Sheila Sagear, foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences. A pesquisa concentrou-se em medir a excentricidade de mais de 150 planetas que orbitam estrelas anãs marrons, que têm tamanho semelhante ao de Júpiter. Uma órbita excêntrica, mais ovalada, expõe um planeta a um processo conhecido como aquecimento de maré. Esse fenômeno, causado pelas forças gravitacionais em constante mudança na órbita irregular do planeta, pode levar a um aquecimento extremo, eliminando qualquer possibilidade de água líquida.

As autoras do estudo também observaram que estrelas com múltiplos planetas tendem a ter órbitas mais circulares, aumentando a probabilidade de retenção de água líquida. Por outro lado, estrelas com apenas um planeta são mais propensas a sofrer forças de maré extremas, tornando suas superfícies inabitáveis. Essas descobertas têm implicações significativas para futuras pesquisas de exoplanetas, especialmente no estudo de estrelas pequenas. As pesquisadoras sugerem que as zonas habitáveis ao redor dessas estrelas sejam investigadas em busca de possíveis candidatos à vida extraterrestre. 

Fontes
Universidade da Flórida, via EurekAlert
Imagens
NASA/JPL-Caltech/Divulgação