Fêmea de lagostim consegue se reproduzir sem a necessidade de um macho
Pela primeira vez cientistas conseguiram mapear o DNA de uma das mais surpreendentes espécies de animais do planeta. A fêmea do lagostim marmoreado (Procambarus virginalis) tem a incrível capacidade de clonar a si mesma, sem a necessidade de um macho. Essa característica é preocupante, pois esses animais podem se proliferar sem limites.
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O lagostim marmoreado começou a se popularizar entre criadores amadores na Alemanha, no fim dos anos 1990. Um desses criadores contou aos cientistas que ficou alarmado com a quantidade de ovos que uma fêmea era capaz de botar: centenas de uma só vez. Esse criador acabou distribuindo os animais para seus amigos, multiplicando a existência dos lagostins.
Como pode produzir clones de si mesma, a espécie rapidamente se proliferou pela Europa e também atingiu outros continentes. Populações selvagens começaram a aparecer na República Checa, Hungria, Croácia, Ucrânia e Japão. Em Madagascar, onde chegou em 2007, já há milhões desses animais ameaçando os lagostins nativos.
O biólogo Frank Lyko, um dos responsáveis pelo sequenciamento de DNA do animal, disse que há vantagens e desvantagens quanto a reprodução assexuada. Ao mesmo tempo em que proporciona um crescimento populacional rápido, a espécie também fica vulnerável. Como eles são clones, não apresentam variação genética. Se surgir uma doença fatal para um indivíduo, ela pode destruir toda a espécie.
Fonte: The New York Times
Imagem: Zfaulkes, Via Wikimedia Commons