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Fósseis de mosquitos mais antigos do mundo revelam que os machos sugavam sangue

Atualmente, apenas as fêmeas desses insetos são hematófagas, enquanto os machos se alimentam de sucos vegetais
Por History Channel Brasil em 14 de Dezembro de 2023 às 21:17 HS
Fósseis de mosquitos mais antigos do mundo revelam que os machos sugavam sangue-0

Pesquisadores encontraram os mais antigos mosquitos fossilizados do mundo. Os insetos são machos da família Culicidae, datados do Cretáceo Inferior. Segundo um estudo publicado na revista Current Biology, isso sugere que, ao contrário dos mosquitos machos modernos, esses exemplares antigos sugavam sangue.

Hematofagia

Os dois mosquitos foram encontrados no depósito de âmbar mais antigo do mundo, no Líbano (com cerca de 150 milhões de anos de idade). Os especialistas acreditam que a presença desses mosquitos no início do Cretáceo indica que a evolução da hematofagia (alimentação com o sangue de outro animal) foi mais complexa do que se pensava.

Detalhe do fóssil de mosquito
Detalhe do fóssil de mosquito (Imagem: Current Biology/Azar et al., via EurekAlert)

As fêmeas de mosquito são famosas por se alimentarem de sangue, o que as tornou um importante vetor de propagação de doenças infecciosas. Acredita-se que a hematofagia em insetos tenha surgido como uma mudança no aparelho bucal perfurante e sugador usado para extrair fluidos vegetais. Por exemplo, as pulgas sugadoras de sangue provavelmente surgiram de insetos que se alimentam de néctar. Mas a evolução da alimentação sanguínea tem sido difícil de estudar, em parte devido a lacunas no registo fóssil dos insetos. 

Em estudos futuros, André Nel, do Museu Nacional de História Natural de Paris, diz que a equipe quer aprender mais sobre a “utilidade” da hematofagia em mosquitos machos do Cretáceo. Os pesquisadores também estão curiosos para descobrir os motivos pelos quais essa característica não existe mais nos insetos modernos.

Fontes
Cell Press, via EurekAlert
Imagens
Dany Azar/Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing/Academia Chinesa de Ciências/Universidade Libanesa/Divulgação, via EurekAlert