Fósseis de mosquitos mais antigos do mundo revelam que os machos sugavam sangue
Pesquisadores encontraram os mais antigos mosquitos fossilizados do mundo. Os insetos são machos da família Culicidae, datados do Cretáceo Inferior. Segundo um estudo publicado na revista Current Biology, isso sugere que, ao contrário dos mosquitos machos modernos, esses exemplares antigos sugavam sangue.
Hematofagia
Os dois mosquitos foram encontrados no depósito de âmbar mais antigo do mundo, no Líbano (com cerca de 150 milhões de anos de idade). Os especialistas acreditam que a presença desses mosquitos no início do Cretáceo indica que a evolução da hematofagia (alimentação com o sangue de outro animal) foi mais complexa do que se pensava.
As fêmeas de mosquito são famosas por se alimentarem de sangue, o que as tornou um importante vetor de propagação de doenças infecciosas. Acredita-se que a hematofagia em insetos tenha surgido como uma mudança no aparelho bucal perfurante e sugador usado para extrair fluidos vegetais. Por exemplo, as pulgas sugadoras de sangue provavelmente surgiram de insetos que se alimentam de néctar. Mas a evolução da alimentação sanguínea tem sido difícil de estudar, em parte devido a lacunas no registo fóssil dos insetos.
Em estudos futuros, André Nel, do Museu Nacional de História Natural de Paris, diz que a equipe quer aprender mais sobre a “utilidade” da hematofagia em mosquitos machos do Cretáceo. Os pesquisadores também estão curiosos para descobrir os motivos pelos quais essa característica não existe mais nos insetos modernos.