Futuro supercontinente da Terra deverá unir Américas, Ásia, África e Europa
Em um passado remoto, todos os continentes da Terra estavam reunidos em uma grande massa de terra chamada Pangeia. Há cerca de 200 milhões de anos ela se partiu, o que acabou resultando na configuração atual do nosso planeta. Agora, um novo estudo sugere que haverá uma nova aglutinação continental no futuro distante. A pesquisa foi liderada por Michael Way, físico do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, afiliado do Instituto da Terra da Universidade de Columbia.
Os cientistas ainda não têm certeza de qual será a aparência do próximo supercontinente nem onde ele estará localizado. Uma possibilidade é que, daqui a 200 milhões de anos, todos os continentes, exceto a Antártida, possam se unir em torno do polo norte, formando o supercontinente “Amásia”. Outra hipótese é que uma massa de terra possa se formar a partir de todos os continentes se reunindo ao redor da linha do equador em cerca de 250 milhões de anos. Esse outro supercontinente teórico foi batizado de "Áurica".
Áurica (esquerda) e Amásia (direita)
Para o estudo, os pesquisadores usaram um modelo climático global em três dimensões com o objetivo de simular como esses dois arranjos de massa de terra afetariam o sistema climático do planeta. Os cientistas sugerem que o planeta pode acabar ficando 3°C mais quente se todos os continentes convergirem ao redor do equador na hipótese da formação de "Áurica". Já no cenário "Amásia", os polos ficariam mais frios e cobertos de gelo o ano todo.
Além de temperaturas mais baixas, Way sugeriu que o nível do mar provavelmente seria mais baixo no cenário Amásia, com uma maior quantidade de água retida nas calotas polares. A grande presença de neve também poderia reduzir o número de terras cultiváveis. Áurica, ao contrário, provavelmente seria um pouco mais "praiana", disse ele. Com a terra concentrada mais perto do equador, a absorção da luz do sol seria mais forte lá. Segundo Way, a costa do continente abrigaria praias paradisíacas como as do Brasil, mas o interior apresentaria um clima bastante seco.
Fonte: Universidade de Columbia
Imagens: Shutterstock.com e Way et al. 2020/Universidade de Columbia/Divulgação