NASA confirma que 2024 foi o ano mais quente da história
O planeta Terra registrou, em 2024, sua temperatura média mais alta desde o início dos registros, conforme análise liderada pela NASA. Segundo a agência espacial dos Estados Unidos, o aquecimento global atingiu novos patamares, superando o recorde de 2023 e evidenciando os impactos das mudanças climáticas em todo o mundo.
Gases do efeito estufa
De acordo com a NASA, a temperatura média global em 2024 ficou 1,28°C acima da média do século XX. "Mais uma vez, o recorde de temperatura foi quebrado — 2024 foi o ano mais quente desde que começamos os registros em 1880", afirmou o administrador da NASA, Bill Nelson. Ele destacou ainda os desafios imediatos, como incêndios florestais na Califórnia, que têm ameaçado comunidades e centros de pesquisa.
Outro dado alarmante foi a constatação de que a Terra, em 2024, esteve aproximadamente 1,47°C mais quente do que a média do final do século XIX. Para mais da metade do ano, as temperaturas superaram a marca de 1,5°C em relação à era pré-industrial, limite crucial estabelecido pelo Acordo de Paris. "Estamos a meio caminho de um nível de aquecimento semelhante ao do Plioceno em apenas 150 anos", alertou Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, órgão da NASA.
Segundo os pesquisadores, o aumento contínuo das temperaturas é impulsionado pelo acúmulo de gases do efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, liberados pela queima de combustíveis fósseis. Estudos recentes indicam que as emissões globais de CO₂ atingiram recordes em 2022 e 2023, com a concentração atmosférica atual chegando a cerca de 420 partes por milhão, contra 278 no século XVIII.
Pesquisadores também apontam que fenômenos como o El Niño, iniciado em 2023, contribuíram para a elevação das temperaturas em 2024. No entanto, Schmidt enfatiza que, mesmo sem eventos climáticos pontuais, o aquecimento global segue como uma tendência de longo prazo. "Já estamos vendo os impactos em chuvas extremas, ondas de calor e maior risco de inundações, que continuarão a piorar enquanto as emissões persistirem", concluiu o cientista.