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Genoma humano é armazenado em "cristal eterno" para preservar nossa espécie

A ideia é que futuras inteligências possam recuperar os dados e recriar a humanidade em caso de extinção
Por History Channel Brasil em 28 de Setembro de 2024 às 16:10 HS
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Cientistas da Universidade de Southampton, na Inglaterra, conseguiram armazenar o genoma humano completo em um "cristal eterno" de memória 5D. O novo formato de armazenamento de dados tem potencial para durar bilhões de anos. O objetivo dos pesquisadores é que, no futuro, a tecnologia permita a recuperação da humanidade ou de outras espécies caso ocorra extinção, dependendo das evoluções científicas.

Biologia sintética

Além de preservar o genoma humano, o cristal poderia servir para guardar informações genéticas de plantas e animais ameaçados de extinção. O material, desenvolvido pelo Centro de Pesquisa em Optoeletrônica (ORC) da universidade, é extremamente resistente, suportando altas temperaturas e impactos intensos, mantendo sua integridade por um tempo inimaginável.

DNA

O cristal de memória 5D é feito de quartzo fundido, um dos materiais mais duráveis tanto quimicamente quanto termicamente. Ele pode armazenar até 360 terabytes de dados sem degradação e detém o recorde mundial como o meio de armazenamento de dados mais durável, registrado no Guinness World Records em 2014.

Utilizando lasers ultrarrápidos, a equipe liderada pelo professor Peter Kazansky grava informações em nanovazios dentro do material, criando um padrão em cinco dimensões. Isso proporciona uma maneira de preservar dados geneticamente importantes de organismos que poderão ser recriados, se houver avanços tecnológicos. Atualmente, não é possível criar humanos, plantas e animais sinteticamente utilizando apenas informações genéticas, mas houve grandes avanços na biologia sintética nos últimos anos, especialmente com a criação de uma bactéria sintética pela equipe do Dr. Craig Venter em 2010.

Para testar a ideia, o grupo armazenou o genoma humano completo em um desses cristais, com a sequência de DNA verificada mais de 150 vezes. A peça foi depositada no Arquivo da Memória da Humanidade (MOM), na Áustria, garantindo que esse conhecimento possa ser acessado por futuras inteligências, sejam humanas ou artificiais.

"O cristal de memória 5D abre possibilidades para que outros pesquisadores construam um repositório eterno de informações genômicas a partir do qual organismos complexos, como plantas e animais, possam ser restaurados, caso a ciência no futuro permita", afirmou Kazansky.

Fontes
Universidade de Southampton
Imagens
Universidade de Southampton/MOM/Divulgação