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Inseto é encontrado preso em pedaço de âmbar de 34 milhões de anos 

Previamente desconhecida, essa espécie de mosca pertencia a um grupo do qual fazem parte importantes polinizadores
Por History Channel Brasil em 23 de Julho de 2023 às 12:57 HS
Inseto é encontrado preso em pedaço de âmbar de 34 milhões de anos -0

Uma equipe internacional de pesquisadores anunciou a descoberta do fóssil de uma espécie de mosca já extinta e até hoje desconhecida, presa em uma peça de âmbar báltico. Acredita-se que o inseto tenha entre 34 e 48 milhões de anos. Ele pertence ao grupo Calyptratae e foi batizado como Christelenka multiplex.

Identificar a nova espécie não foi uma tarefa fácil. “O âmbar obscurece muitas das características mais importantes do espécime que permanece fossilizado em seu interior e a microscopia tradicional não nos permite visualizá-las em detalhes”, explicou Viktor Baranov, coautor do estudo e pesquisador da Estação Biológica de Doñana, na Espanha. A equipe então teve que recorrer às técnicas de visualização mais avançadas, utilizando uma tecnologia semelhante à utilizada por profissionais da saúde para diagnosticar doenças por meio de tomografia computadorizada.

Christelenka multiplex
Christelenka multiplex (Imagem: Jindřich Roháček et al., via Estação Biológica de Doñana)

Nas imagens, o espécime apresentava uma combinação peculiar de caracteres morfológicos que não apresentavam sinais aparentes de relação com nenhuma das outras famílias do grupo Calyptratae, subseção dos insetos Diptera. Trata-se de um grupo muito numeroso e diversificado ao qual pertencem importantes polinizadores que desempenham funções cruciais nos ecossistemas. No entanto, seus fósseis são extremamente raros, por isso há um grande desconhecimento sobre sua história evolutiva. 

A investigação deste grupo de moscas até então desconhecido contribui também para o conhecimento da biodiversidade da entomofauna, que inclui insetos e outros artrópodes, na chamada floresta de âmbar do Báltico, onde o fóssil foi encontrado. “Com base nas descobertas atuais, parece que a diversidade de Calyptratae, era muito alta neste ecossistema, provavelmente maior do que em toda a Europa contemporânea”, enfatiza Jindrich Rohácek. 

Os pesquisadores acreditam que essa diversidade provavelmente está relacionada ao rápido desenvolvimento da vegetação no início do Eoceno durante o chamado máximo climático. Esse período ocorreu há cerca de 49 milhões de anos, aproximadamente 20 milhões de anos após a catastrófica extinção da fauna e da flora no Cretáceo-Terciário, conhecida como K-T, que eliminou 75% das espécies da Terra, incluindo os dinossauros.

Fontes
Clarín e Estação Biológica de Doñana
Imagens
iStock