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Inteligência Artificial cria 40 mil novas armas químicas em apenas seis horas

Cientistas foram orientados a não revelar detalhes sobre a experiência que fez um algoritmo "do bem" se tornar "malvado"
Por History Channel Brasil em 21 de Março de 2022 às 20:21 HS
Inteligência Artificial cria 40 mil novas armas químicas em apenas seis horas-0

Um modelo computacional baseado em Inteligência Artificial (IA), originalmente programado para a elaboração de fármacos, levou menos de seis horas para inventar nada mais nada menos que 40 mil armas químicas. A ideia da equipe científica responsável pela experiência foi demonstrar o quão facilmente esse tipo de tecnologia pode ser usada para praticar atividades malignas. O estudo foi publicado no periódico Nature Machine Intelligence. 

Armas químicas baseadas no VX

No estudo, os pesquisadores revelaram que a IA inventou uma série de armas químicas baseadas no VX, gás tóxico asfixiante banido pela Convenção de Armas Químicas de 1983. Em caso de doses maiores, o VX é capaz de gerar convulsões e inclusive impedir que uma pessoa respire. Se a dose for menor, até com uma só gota, o agente pode gerar sudorese e convulsões.

Substâncias tóxicas

“Não quero parecer muito sensacionalista, mas é bastante fácil para alguém replicar o que fizemos”, alertou Fabio Urbina, autor principal do estudo. O pesquisador explicou que muitos dos compostos químicos utilizados pela IA para criar essas armas estão disponíveis ao público.

Os cientistas envolvidos no estudo foram orientados a não revelar os detalhes específicos sobre como conseguiram transformar a IA, em princípio, de “bom comportamento”, em uma versão “malvada”. “Para mim, a preocupação era a facilidade para fazer isso. Muitas das coisas que usamos são disponibilizadas gratuitamente”, advertiu Urbina. “Olhamos ao nosso redor e ninguém estava falando disso. Mas, ao mesmo tempo, não queríamos dar ideias a pessoas más”, disse.

Cientista em laboratório

“Não quero ser alarmista ao dizer que vai haver uma guerra química impulsionada por uma IA. Não acredito que seja o caso agora. Não acredito que será o caso em curto prazo. Mas é algo que começa a se tornar uma possibilidade”, concluiu Urbina.

Fontes
The Verge e New York Post
Imagens
iStock