Inteligência Artificial encontra diversas estrelas que devoram planetas na Via Láctea
Com o uso de Inteligência Artificial, astrônomos identificaram centenas de estrelas devoradas de planetas na Via Láctea. Conhecidas como "anãs brancas poluídas", elas estão consumindo ativamente mundos situados em suas órbitas. Um estudo sobre a descoberta foi publicada no periódico Astrophysical Journal.
Planetas despedaçados
A equipe liderada por Malia Kao, da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, desenvolveu uma nova abordagem para identificar essas estrelas. Para isso, eles utilizaram uma forma inovadora de Inteligência Artificial chamada "aprendizado de variedades". Este método acelerou significativamente o processo, resultando em uma taxa de sucesso de 99% na identificação das anãs brancas poluídas.
As anãs brancas são estrelas em seu estágio final de vida, tendo esgotado seu combustível, liberado suas camadas externas no espaço e começado a esfriar lentamente. Eventualmente, nosso Sol se tornará uma anã branca, mas isso só acontecerá daqui a 6 bilhões de anos. Quando planetas orbitando uma anã branca são atraídos pela gravidade da estrela, eles podem ser despedaçados e consumidos, poluindo a estrela com metais pesados provenientes de seu interior.
"Para as anãs brancas poluídas, o interior do planeta está literalmente sendo queimado na superfície da estrela para que possamos observar," disse Malia Kao. "As anãs brancas poluídas, neste momento, são a melhor maneira de caracterizarmos os interiores planetários", completou. "Dito de outra forma, é a única maneira genuína de realmente descobrir do que são feitos os planetas fora do sistema solar, o que significa que encontrar essas anãs brancas poluídas é crucial", acrescentou Keith Hawkins, coautor do estudo.
Utilizando dados do telescópio espacial Gaia, a equipe aplicou o aprendizado de variedades para analisar mais de 100 mil possíveis anãs brancas. Entre elas, identificaram um grupo promissor de 375 estrelas que apresentavam metais pesados em suas atmosferas. Observações posteriores com o Telescópio Hobby-Eberly confirmaram as suspeitas dos astrônomos. "Nosso método pode aumentar o número de anãs brancas poluídas conhecidas em dez vezes, permitindo-nos estudar melhor a diversidade e a geologia dos planetas fora do nosso sistema solar," disse Kao.