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Inteligência Artificial recria música do Pink Floyd a partir de ondas cerebrais de ouvintes

No futuro, a técnica poderá ajudar na comunicação de pessoas que perderam a capacidade de falar
Por History Channel Brasil em 17 de Agosto de 2023 às 12:23 HS
Inteligência Artificial recria música do Pink Floyd a partir de ondas cerebrais de ouvintes-0

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, conseguiram recriar uma música do Pink Floyd a partir de ondas cerebrais de pacientes que a estavam ouvindo. Eles conseguiram essa proeza científica com a ajuda de Inteligência Artificial. No futuro, a técnica poderá ajudar na comunicação de pessoas que perderam a capacidade de falar devido a lesões cerebrais ou doenças.

Another Brick in the Wall

Por meio de eletrodos, neurocientistas do Albany Medical Center Albany Medical Center, em Nova York, registraram a atividade nos cérebros de pacientes submetidos à cirurgia de epilepsia. Enquanto isso, os participantes ouviam a canção "Another Brick in the Wall, Part 1", da banda britânica. O objetivo do experimento era capturar a atividade elétrica de regiões cerebrais sintonizadas nos atributos da música (tom, ritmo, harmonia e palavras) para ver se seria possível reconstruir o que o paciente estava ouvindo.

Mais de uma década depois, os pesquisadores da Universidade da Califórnia conseguiram reconstruir a música após uma análise detalhada dos dados de 29 pacientes que participaram do estudo. A equipe, liderada por Robert Knight e Ludovic Bellier, reanalisou as gravações e usou uma Inteligência Artificial para criar um modelo que pudesse decodificar a atividade cerebral registrada no córtex auditivo. Com isso, foi possível reconstruir uma forma de onda sonora e reproduzir a música que a pessoa estava ouvindo no momento.

Foi a primeira vez que os pesquisadores reconstruíram uma música a partir de gravações cerebrais. No áudio reconstruído, o ritmo e a melodia são reconhecíveis, e até mesmo as palavras (no caso, o verso que diz "all in all it was just a brick in the wall"). No estudo, os pesquisadores também confirmaram que o lado direito do cérebro está mais sintonizado com a música do que o esquerdo.

"É um resultado maravilhoso", disse Robert Knight. "Uma das coisas que a música significa para mim é que ela tem prosódia e conteúdo emocional. Conforme esse campo de interfaces cérebro-máquina avança, isso lhe dá uma maneira de adicionar musicalidade a futuros implantes cerebrais para pessoas que precisam, alguém que tem ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) ou algum outro distúrbio neurológico ou de desenvolvimento incapacitante que comprometa a produção da fala. Isso lhe dá a capacidade de decodificar não apenas o conteúdo linguístico, mas parte do conteúdo prosódico da fala, parte do afeto. Acho que é isso que realmente começamos a decifrar", completou.

Fontes
Universidade da Califórnia e IFLScience
Imagens
iStock