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Isaac Newton fez suas maiores descobertas durante quarentena contra a Peste

Por History Channel Brasil em 31 de Março de 2020 às 16:49 HS
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Entre 1665 e 1666, a Peste Negra devastou a Inglaterra: estima-se que 100 mil pessoas tenham morrido no país. Assim como acontece agora na pandemia de coronavírus, muita gente aderiu à quarentena para evitar a propagação da doença. Uma dessas pessoas foi o gênio Isaac Newton. Seu período em isolamento social foi tão produtivo que ficou conhecido como seu annus mirabilis, que pode ser traduzido como "ano milagroso" ou "ano das maravilhas".

A Peste aconteceu logo após Newton ter se graduado na Universidade de Cambridge, que fechou temporariamente devido à epidemia. Sem poder prosseguir seus estudos na instituição, o cientista aproveitou para fugir da doença se isolando na fazenda da família, na localidade de Woolsthorpe-by-Colsterworth. Além de estar localizado a uma distância segura dos portadores da Peste, Woolsthorpe oferecia o tipo de ambiente sereno e silencioso necessário para que as ideias inovadoras de Newton florescessem.

Naquele período, Newton desenvolveu o que viria a ser o alicerce da ciência moderna. Entre outros feitos, ele descobriu o cálculo, reconheceu os princípios subjacentes ao movimento dos corpos do sistema planetário, presumiu a existência da força gravitacional e determinou que a luz solar branca é composta de todas as outras cores, indo do vermelho ao violeta.

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Em primeiro lugar, ele se debruçou sobre equações universais envolvendo quantidades flutuantes, uma questão que já havia sido abordada, em uma escala limitada, pelos matemáticos franceses René Descartes e Pierre de Fermat. Assim, ele sentiu a necessidade de criar ferramentas matemáticas específicas para exprimir as relações entre as grandezas relevantes da mecânica. Criou para este fim o chamado método dos fluxões, embrião do cálculo diferencial e integral.

Newton também voltou sua atenção para o estudo da óptica. Ele conduziu um experimento no qual perfurou um pequeno orifício na janela do quarto, interceptou o feixe de luz que se seguiu com um prisma e depois colocou um segundo prisma no caminho daqueles raios refratados. Isso permitiu a Newton calcular o ângulo de cada cor refratada, provando que a luz branca é composta por todos os componentes do espectro.

Por fim, esse foi o período que deu origem à lenda da maçã que caiu sobre a cabeça de Newton e o levou à dedução da teoria da gravidade. As coisas não aconteceram exatamente dessa maneira, mas um assistente de Newton disse que o cientista desenvolveu a ideia ao caminhar por um jardim de Woolsthorpe onde havia uma macieira. Lá, ele pensou nos princípios da inércia e em como uma maçã que se desprende da árvore é impedida de voar da Terra em direção ao espaço.

Newton deduziu que a força que puxa a maçã para baixo deve ser a mesma que puxa a Lua para a Terra. Além disso, a Lua também deve aplicar a mesma força de atração em direção à Terra, embora em menor escala. Isso levou à lei da gravitação universal, que sustenta que essas forças são proporcionais ao produto de suas massas e inversamente proporcionais ao quadrado da distância entre elas. Após o fim da Peste, em 1667, Newton pôde finalmente voltar para Cambridge e apresentar suas ideias que mudariam o mundo.

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Fontes: Biography.com, Open Culture, USP e UFPB

Imagens: Godfrey Kneller (1646–1723), National Portrait Gallery, via Wikimedia Commons e Shutterstock.com