Manchas de óleo atingem o nordeste brasileiro e causam mortes de animais
Manchas de óleo apareceram no litoral de todos os estados do nordeste, com exceção da Bahia. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), já são 113 ocorrências em cerca de 50 municípios da região. Segundo o órgão, já foram registradas mortes de animais relacionadas ao vazamento.
O petróleo foi identificado em 12 tartarugas, seis delas encontradas mortas, e em uma ave bobo-pequeno ou furabucho (Puffinus puffinus), também morta. Segundo o Ibama, não há evidências de contaminação de peixes e crustáceos, mas a avaliação da qualidade do pescado capturado nas áreas afetadas para fins de consumo humano é de competência do órgão de vigilância sanitária. “A gente orienta aos banhistas que não tenham contato com esse óleo e que se o encontrarem em alguma praia, que façam contato com os órgãos públicos indicando o local em que foram encontradas”, afirmou Fernanda Pirillo, coordenadora geral de Emergências Ambientais do órgão.
A investigação do Ibama aponta que o petróleo que está poluindo todas as praias é o mesmo. Trata-se de petróleo cru, ou seja, não se origina de nenhum derivado de óleo, como gasolina e outros. Contudo, a sua origem ainda não foi identificada. Em análise feita pela Petrobras, a empresa informou que o óleo encontrado não é produzido pelo Brasil. Mesmo sendo possivelmente de origem estrangeira, os responsáveis pelo vazamento estão sujeitos a multas de até R$ 50 milhões.
Suspeita-se que o petróleo possa ter vindo de navios que passam pela região, segundo a Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), que analisa imagens do mar registradas por satélites. A hipótese é que algum petroleiro tenha efetuado uma limpeza nos tanques e despejado os rejeitos no mar. “Esse tipo de acidente nunca tinha acontecido aqui no Brasil. Normalmente, as manchas de origem desconhecida, que é o caso dessa, são de pequeno impacto e abrangem só um estado. É a primeira vez que a gente está vendo um acidente, sem poluidor conhecido, atingir tantos estados”, completou Fernanda.
Imagem: Adema/Governo de Sergipe