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Mistério do desaparecimento da água em Marte pode ter sido desvendado

Novo estudo aponta que fenômeno está relacionado ao tamanho do Planeta Vermelho
Por History Channel Brasil em 27 de Setembro de 2021 às 01:39 HS
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Em um passado muito distante, Marte abrigou lagos, rios e talvez até mesmo um grande oceano. O que teria acontecido então para transformar a superfície marciana em um grande deserto? Um novo estudo pode ter desvendado o mistério do desaparecimento da água no Planeta Vermelho.

Tamanho de Marte

Graças às observações de equipamentos como os rovers Curiosity e Perseverance, da NASA, os cientistas sabem que a água líquida já correu de forma abundante sobre a superfície marciana. Mas algo aconteceu há cerca de 3,5 bilhões de anos e esse cenário mudou drasticamente. No novo estudo, pesquisadores da Universidade Washington em St. Louis, nos Estados Unidos,  defendem que isso aconteceu devido ao tamanho do Planeta Vermelho.

A hipótese levantada no estudo recém-publicado aponta que Marte pode ser pequeno demais para conter grandes quantidades de água. Segundo Kun Wang, autor sênior do estudo, é provável que haja um limite de tamanho para que planetas rochosos sejam capazes de reter o líquido. A massa e a gravidade mais baixas de Marte facilitariam que elementos e compostos voláteis, como a água, escapassem de sua superfície para o espaço.

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Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores observaram 20 meteoritos marcianos com idades entre cerca de 200 milhões de anos e 4 bilhões de anos, datando de uma época em que o sistema solar ainda estava em formação. Os cientistas analisaram a presença de um elemento volátil nessas rochas, o potássio, para tentar entender como a água teria se comportado na superfície de Marte.

Usando essa abordagem, eles determinaram que o Planeta Vermelho perdeu mais potássio e outros compostos voláteis do que a Terra durante sua formação, mas reteve mais desses elementos do que a Lua e o asteroide 4-Vesta (dois corpos muito menores e mais secos do que a Terra e Marte). Com isso, os pesquisadores descobriram uma correlação bem definida entre o tamanho dos corpos celestes e a composição isotópica do potássio.

“A descoberta da correlação das composições isotópicas do potássio com a gravidade planetária tem implicações importantes sobre a forma como planetas diferentes receberam e perderam seus elementos voláteis”, disse Katharina Lodders, coautora do estudo. A descoberta também poderá ajudar na busca de vida em outros planetas. 

"Esse estudo enfatiza que há um alcance muito limitado de tamanho para que os planetas apresentem uma quantidade de água suficiente para desenvolver um ambiente de superfície habitável", disse Klaus Mezger, do Centro para o Espaço e Habitabilidade da Universidade de Berna. “Esses resultados irão guiar os astrônomos em sua busca por exoplanetas habitáveis em outros sistemas solares”, completou. 

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Fontes: Universidade Washington em St. Louis e NPR

Imagens: NASA Earth Observatory / Joshua Stevens; Serviço Nacional de Satélite, Dados e Informações Ambientais da NOAA; NASA / JPL-Caltech / USGS; Sean Garcia / Universidade Washington