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Misteriosas estruturas invisíveis são descobertas no centro da Via Láctea

Fenômeno, que não pode ser visto a olho nu, está relacionando ao buraco negro supermassivo situado na região central de nossa galáxia
Por History Channel Brasil em 05 de Junho de 2023 às 12:31 HS
Misteriosas estruturas invisíveis são descobertas no centro da Via Láctea-0

Uma equipe internacional de astrofísicos revelou um fenômeno enigmático que acontece no coração da Via Láctea. Usando observações de radiotelescópios, os pesquisadores identificaram centenas de estruturas longas e finas que emanam dessa região galáctica, detectadas apenas em comprimentos de onda de rádio. Essas estruturas (invisíveis a olho nu) provavelmente se originaram há alguns milhões de anos e estão relacionados ao Sagitário A*, o buraco negro supermassivo situado no centro de nossa galáxia.

Filamentos que se espalham

A descoberta é baseada nas observações iniciais de Farhad Yusef-Zadeh,  da Universidade Northwestern, que se deparou com grandes filamentos alinhados verticalmente ao redor de Sagitário A* no início dos anos 1980. No entanto, os filamentos recém-descobertos são muito diferentes das estruturas identificadas anteriormente. Em vez de terem orientação vertical, elas são mais curtas e se estendem horizontalmente ou radialmente, se espalhando para fora, como raios em uma roda, a partir do buraco negro. O estudo que detalha a descoberta foi publicado no periódico científico The Astrophysical Journal Letters.

Para detectar os novos filamentos, os pesquisadores aprimoraram as observações recentes do telescópio MeerKAT do Observatório de Radioastronomia (um conjunto de 64 antenas de rádio interligadas na África do Sul). "Fiquei realmente surpreso quando vi essas estruturas. Descobrimos que esses filamentos não são aleatórios, mas parecem estar ligados ao fluxo de nosso buraco negro. Ao estudá-los, poderíamos aprender mais sobre a rotação do buraco negro e a orientação do disco de acreção", disse Yusef-Zadeh.

Yusef-Zadeh disse ainda que a descoberta apresenta inúmeras incógnitas e o trabalho de para desvendar seus mistérios está apenas começando. "Acreditamos que eles (os filamentos) devem ter se originado de algum tipo de fluxo resultante de uma atividade que ocorreu há alguns milhões de anos", disse. "Parece ser o resultado de uma interação desse material em fluxo com objetos próximos a ele. Nosso trabalho nunca está completo. Sempre precisamos fazer novas observações e desafiar continuamente nossas ideias e aprimorar nossa análise", concluiu.

Fontes
Universidade Northwestern
Imagens
Farhad Yusef-Zadeh/ Universidade Northwestern/Divulgação