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Mudanças climáticas causaram megatsunami com ondas de 200m de altura, diz estudo

Derretimento do topo de uma montanha na Groenlândia provocou o fenômeno que durou nove dias 
Por History Channel Brasil em 17 de Setembro de 2024 às 13:10 HS
Mudanças climáticas causaram megatsunami com ondas de 200m de altura, diz estudo-0

Em setembro de 2023, pesquisadores detectaram um abalo sísmico misterioso que durou nove dias. Um novo estudo aponta que a causa do fenômeno foi o desabamento do topo de uma montanha sobre o mar na Groenlândia, que desencadeou um megatsunami com ondas de 200 metros de altura no desabitado fiorde Dickson. Segundo pesquisadores, esse evento foi resultado do derretimento acelerado provocado pelas mudanças climáticas. 

Aquecimento global

O estudo, publicado na revista Science, diz que o aquecimento global desempenhou um papel crucial no colapso que causou o megatsunami. O derretimento da geleira desestabilizou a montanha e enfraqueceu sua estrutura. Isso provocou a queda de mais de 25 milhões de metros cúbicos de rocha e gelo no oceano.  O vídeo abaixo mostra o local atingido:

Uma equipe de 68 cientistas de 41 instituições de pesquisa usou imagens de satélite e terrestre para analisar o colapso e as ondas sísmicas geradas. Com simulações de alta resolução, modelaram a trajetória da avalanche de rocha e gelo que desceu pelo barranco e provocou o tsunami no fiorde.

A gigantesca onda balançou para frente e para trás dentro do estreito fiorde por nove dias, gerando ondas de choque que reverberaram pela crosta terrestre. Sismômetros situados a milhares de quilômetros detectaram um sinal que durou mais de uma semana. A análise dos sinais permitiu aos pesquisadores reconstruir com precisão o evento, confirmando que o derretimento e o desprendimento de rocha foram os responsáveis. 

Segundo Alice Gabriel, sismóloga da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, e coautora do estudo, eventos semelhantes podem se tornar mais frequentes à medida que o aquecimento global acelera o derretimento das geleiras, aumentando o risco de deslizamentos de terra devastadores. Os cientistas esperam que seu trabalho ajude a identificar eventos semelhantes no futuro, reforçando a necessidade de monitorar as regiões polares.

Fontes
Universidade da Califórnia em San Diego, via Phys.org
Imagens
istock