Nova extinção em massa da vida selvagem está acontecendo em tempo recorde, diz estudo
Há cinco anos, um estudo liderado pelo biólogo Paul Ehrlich, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, indicava que a sexta extinção em massa da vida selvagem mundial já estava em andamento. Agora a pesquisa foi atualizada e apresenta prognósticos ainda mais sombrios. Segundo os cientistas, a taxa de extinção provavelmente é muito maior do que se pensava anteriormente e a culpa é da atividade humana.
O novo estudo indica que o comércio de animais silvestres e outras práticas humanas predatórias destruíram centenas de espécies e levaram muitas outras à beira da extinção em uma velocidade sem precedentes. Para se ter uma ideia, os cientistas estimam que em todo o século 20, pelo menos 543 espécies de vertebrados terrestres foram extintas. Os responsáveis pela pesquisa acreditam que quase o mesmo número de espécies provavelmente será extinto somente nas próximas duas décadas.
De acordo com os pesquisadores, entre os efeitos resultantes da aceleração da extinção em massa está a intensificação de ameaças à saúde humana, como a COVID-19. "Quando a humanidade extermina populações e espécies de outras criaturas, está cortando o galho em que está sentada, destruindo partes do nosso próprio sistema que dá suporte à vida", afirmou Ehrlich. O cientista defende que a conservação de espécies ameaçadas de extinção deve ser encarada como uma emergência global, do mesmo modo que as mudanças climáticas são tratadas.
"O que iremos fazer para lidar com a atual crise de extinção nas próximas duas décadas definirá o destino de milhões de espécies", disse Gerardo Ceballos, pesquisador do Instituto de Ecologia da Universidade Nacional Autônoma do México e coautor do estudo. "Estamos encarando nossa oportunidade final de garantir que os muitos benefícios que a natureza nos oferece não sejam perdidos irremediavelmente", completou.
Fontes: The Guardian e Universidade de Stanford
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